quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Diários de Motocicleta.

Esse fim de semana eu vi “Diários de Motocicleta” (é, não é muito novo, mas eu não costumo assistir muitos filmes). Não quero escrever sobre o que não tenho informação suficiente para ter uma opinião consistente, mas o filme me fez avaliar muitas coisas. O problema é que no mundo que temos hoje, nunca dá para saber quem está com as boas intenções ou só está vestindo a máscara. O que eu sei, é que os figurões da boa impressão, na maioria dos casos, estão usando a máscara.
Eu me reconheci na figura de Ernesto Guevara, ao menos o ponto de vista que transparece no filme. Essa coisa de ser honesto demais, de perceber as injustiças e as podridões em que vivemos sem olhar para o próximo. Mas a diferença é que ele encontrou um caminho para lutar e um ideal para seguir. As ultimas cenas do filme em que ele diz para o amigo que aquela viajem deu muitas coisas para ele pensar, não é querer julgar os que não são assim, mas teve repercussão toda a realidade que ele presenciou.
Ele não procurou nada, mas encontrou. Ele não saiu por aí procurando uma missão, mas encontrou. Na verdade, pode-se dizer que ele vivia a vida como ela aparecia para ele, até que ela se mostrou de uma maneira que deveria ser modificada. Eu gostaria de saber quais foram seus pensamentos iniciais, naquele momento em que ele percebeu a realidade; como ele organizou seus pensamentos para lutar pelo que lutou e para se transformar no revolucionário que se transformou. Hoje, seus “seguidores” podem não ser tão bem intencionados assim, alguns inimigos podem ter deturpado seus ideais, seu rosto hoje é estampado em tudo que se pode imaginar e poucos destes que usam sua imagem sabem o que ela significa.
Não quero ser revolucionária, apesar de considerar essa idéia e simpatizar muito com os ideais socialistas, comunistas, ou como quiserem taxar. A vida exposta no filme me fez querer encontrar meu caminho, apenas. Queria ter uma aula com Ernesto de como encontrar seu caminho, e não uma aula de “como fazer uma revolução”.
Concluo que devo evitar assistir qualquer tipo de filme. Fico muito sensibilizada. Até quando são aquelas porcarias de romancinhos adolescentes enjoados, tudo me dá muito o que pensar, e já tenho coisas reais demais para pensar. Aquele pensamento de “como eu queria que fosse assim”. Que merda! Não é assim, e tem coisas que nunca vão ser assim! Por que criar uma história que vai fazer todo mundo ficar injuriado com a vida que tem?
Mas voltando a “Diários de Motocicleta”, esse filme não me remeteu ao rancor dessa vida que não é como deveria ser. Fez-me pensar que é possível. É possível mudar, é possível criar; é possível construir a vida sem atropelar seus princípios. Mas, como não quero ser líder revolucionaria, queria apenas saber como aqueles dois amigos se estruturaram para criar cada um, caminhos tão diferentes na vida, tendo os mesmos princípios. Entender como se descobre que se quer e se precisa ser um revolucionário ou um médico com uma família, tendo o mesmo senso de justiça e pensamentos que vão de encontro com a realidade da sociedade.
É, mais uma vez, não consegui ser clara com as minhas questões. Viu só? Conseguir ser clara com seus questionamentos! Compreende? Não, não culpo quem não entendeu, na verdade, é isso que gostaria de aprender com aqueles dois amigos.

Um comentário:

Unknown disse...

Como tu mesmo disseste, ele encontrou sem procurar. Talvez o segredo seja esse. Não procurar tanto. Tem coisas que quanto mais se procura, menos se acha. Acho que temos apenas que viver tudo que há pra viver, sem pesar muito as consequências de sair por aí viajando pela America em uma moto toda fodida ou seja lá qual for a outra loucura que a vida vier a te oferecer.

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