domingo, 18 de julho de 2010

Veja, os professores!

Eu sei que minhas informações são meio “capengas”, mas é que eu observo as coisas sem pensar em condenar nada. Aí, quando percebo que o que vi é criticável, já perdi a fonte. Isso pode me deixar sem credibilidade, essa é uma escolha tua. Por isso, sigo escrevendo.

Li a algumas semanas em uma revista Veja deixada no posto onde trabalho, um texto de um colunista, que acusava os professores de não terem real dedicação ao seu trabalho, e que um aumento salarial de nada adiantaria para resolver o problema educacional do Brasil. Sob certo aspecto, tudo bem. Somente aumentar o salário do educador não resolve os problemas enfrentados nas escolas e na vida cotidiana dos alunos, que muitas vezes são os maiores causadores do caos nas escolas.

O problema do discurso do colunista, é que ele justifica seu argumento de uma maneira abominavelmente preconceituosa. Ele diz que antes de tomar medidas tão caras como o aumento do teto salarial dos professores, estes deviam aproveitar mais os recursos disponíveis, pararem de serem “preguiçosos” e se dedicarem ao seu trabalho.

Aí eu me pergunto: esse cara trabalha sessenta horas semanais pra conseguir um salário digno da profissão, tem de contornar centenas de alunos com problemas que não são o seu, e pais muitas vezes desinformados sobre a situação de seus filhos, ter de ser pai e mãe na escola e dar uma educação que deveria vir de casa, da sociedade em que seus alunos vivem? E ainda ter uma vida pessoal.

Não, ele vive em seu escritório, tirando conclusões sobre realidades que ele não vive, e escrevendo em seu notebook para uma revista capitalista e sempre disposta a ignorar o mundo dos mais desfavorecidos.

Um professor de escola pública, se trabalhar quarenta horas semanas, nos níveis de hoje, não tem condições, por exemplo, de manter uma família dispondo de serviços primários satisfatórios. Um professor de escola pública que trabalha sessenta horas semanais para conseguir se incluir em um nível social mais confortável, não tem vida. Ele trabalha literalmente o dia inteiro, sob a pressão da escola e de todos os problemas sociais envolvidos, e nos fins de semana tem que pensar em atividades para manter uma aula construtiva, para alcançar o interesse e a melhora na educação do país.

O professor é o profissional principal para a construção e transformação da realidade social. Educação é o que torna uma pessoa consciente, capaz de pensar por si só e criar seus sonhos. Ao mesmo tempo, é o profissional mais desvalorizado, que passa todo seu tempo manuseando com situações graves como tráfico, maus tratos, prostituição, falta de alicerce básico de consciência social, de convívio social, e além disso, tem que pegar uma revista para se distrair e ler esse disparate preconceituoso e nojento.

Posso iniciar um discurso anti-capitalista, não desejo isso, pois vivo no capitalismo, não faria sentido. Mas não dá para ficar calando certos fatores que fazem gerar esse discurso presente nesse texto da revista Veja. É uma visão egocêntrica, individualista, e, consequentemente, capitalista. Por quê? Porque na sociedade em que vivemos, é normal vermos as pessoas se julgando, sempre minimizando o outro, é o espírito de competição capitalista. Enquanto condenarmos uns aos outros, julgando suas supostas incompetências, nada vai mudar. O jornalista babaca vai continuar achando que tem razão em sua visão frágil da realidade das escolas publicas, o professor vai continuar sem condições de ser um ser humano normal, que conseguiria realizar competentemente seu trabalho, sabendo que teria seu salário, seu pão todo o dia, e sua vida pessoal e seu lazer imaculados no santo domingo. E o aluno, continuará sem uma sociedade, um ambiente social, que o acolha e o eduque, para que na escola, consiga enxergar a importância do conhecimento para a sua evolução e a evolução do mundo como um conjunto.

sábado, 17 de julho de 2010

Um dia frio...

... não, não é Djavan.

São 18h de um sábado frio e cinza na cidade onde moro.
Acabei de tomar banho em um chuveiro elétrico um tantinho fraco.
Eu iria ver meu namorado. Quando liguei pra ele, pensei que iria ouvir "ahhh, tô com saudade, vem aqui hoje!". Mas a princípio ele estava dormindo, e quando consegui acordá-lo, ele ainda estava sonolento e disse "tudo bem, a gente se vê amanhã". Pode não significar nada, mas isso tornou o meu dia mais feio do que já estava.
Então estou aqui, procurando o que fazer, meu MSN morto, sem paciência pra Orkut, e criando vontade de pesquisar sobre o tema da minha monografia: Ska-P. Pelo menos espero que de fato seja possível fazer o trabalho sobre a banda.
O início até é tranquilo. Preciso traçar um quadro dos temas abordados em suas canções, e para isso, hoje a internet milagrosamente funcionou no meu quarto. Mas sei lá, estou meio sem nada na cabeça com que pensar. A parte mais complicada envolve grana. Tudo bem, livros sobre a história da Espanha devem ter na biblioteca da FURG, mas outros que o professor indicou precisam ser comprados. Não que eu esteja absolutamente "dura", mas tenho gastado mais do que devia, talvez tentando suprimir outras faltas, e esse mês terei de passar uma semana em um encontro de Geografia em Porto Alegre.
Eu sei, eu sei, estou colocando empecilhos que não deveria pensar. Mas eu sou assim, vivo minha vida assim, achando "pêlo em ovo" (de galinha). E eu encontro, ou meu cérebro fértil de Homo Sapiens Sapiens cria alguns.


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