quarta-feira, 15 de maio de 2013

Utilidade Pública - DUBET: O que é uma Escola Justa?

Nossa, por um acaso do destino, resolvi dar uma olhada em um outro blog que fiz há muito tempo, e pouco postei e esqueci, quando vi que o texto a seguir teve 133 visualizações! O dobro do que qualquer outro do blog principal (este).

É o fichamento (ou resenha?) de um texto, provavelmente exigida na disciplina de Didática no curso de Geografia da FURG (creio, pois a escrita é de 2009, quando eu estava no terceiro ano do curso).




O que é uma escola justa?

DUBET, François. "O que é uma escola justa?", Caderno de Pesquisa, v. 34, n. 123, p. 539-555, set./dez. 2004.


Descrição breve sobre o que trata o texto e sua construção:

O texto aborda o(s) conceito(s) sobre como seria uma escola justa. O autor propôe questionamentos sobre os métodos utilizados para avaliar a justiça do sistema educacional, e apresenta como sendo a característica do sistema de ensino vigente o "modelo meritocrático", onde, teoricamente, é fornecido a todos alunos as mesma ferramentas para alcançar sua formação.
A partir dessa constatação, o autor discorre sobre as falhas desse método, e propôe, timidamente, correções que poderiam ser feitas para tornar a escola mais livre das desigualdades sociais que permeiam sobre nossas relações sociais e nossas oportunidades.
Ele divide o texto em sete partes, mais a introdução sobre as pretenções do texto, e suas distinções são feitas basicamente através dos quetionamentos levantados sobre o conceito e as falhas do sistema escolar vigente. São estes os subtítulos: " A Igualdade de Oportunidades e Seus Limites"; "Uma Ficção Necessária"; A Justiça Distributiva"; Garantia de Competências Mínimas"; "Uma Escola Eficaz"; As Esferas de Justiça"; e "Como Tratar os Vencidos?". Todos abordando questões fundamentais para o entendimento do funcionamento do sistema escolar.


Idéias Centrais; Citações do Autor

Traz as idéias de justiça que queremos ter na escola, e já traz um embate sobre as contradições de tais concepções: "... cada uma das concepções de justiça evocadas entra imediatamente em contradição com as outras. Assim, uma meritocracia escolar justa não garante a diminuição das desigualdades".
O autor problematiza a idéia de "igualdade de oportunidades", alegada no modelo meritocrático: "... a abertura de um espaço de competição escolar objetiva não elimina as desigualdades" (...) " desde o início, os mais favorecidos têm vantagens decisivas". E agrega essa afirmação às condições sociais dos pais, que influenciam na importância familiar para com a escola, o nivel cultural e, inclusive, no nível de capacitação escolar. Afirma: "as desigualdades sociais pesam muito nas desigualdades escolares".
Alega que o sistema meritocrático traz uma crueldade, quando transforma o aluno menos favorecido em "responsáveis por seu fracasso", já que o modelo da meritocracia se reserva da "culpa da desigualdade social", antes e após a vida escolar.
Apesar dessas ressalvas, o modelo meritocrático é o mais "justo", se tratando de uma sociedae "democrática", onde o princípio básico é a igualdade entre todos, alegando que " o mérito pessoal é o único modo de construir desigualdades justas". Mas traz a questão de como tornar esse método mais justo, afim de considerar as desigualdades sociais existentes: "É preciso principalmente assegurar a igualdade de oferta educacional para suprimir alguns 'privilégios', algumas cumplicidades evidentes entre a escola e determinados grupos sociais".
Como uma tentativa de compensar as desigualdades, o autor propõe a centralidade no aluno e suas competências apresentadas em aula.
Também traz a idéia de mecanismos que rompem com a "igualdade pura" para que s obtenha resultados mais inclusivos, "se quisermos que as mulheres entrem na política, será preciso que criemos quotas; se desejarmos que os bons alunos dos bairros populares façam bons estudos, será preciso que tenham preparação específica...".
A idéia de "garantia de competências mínimas" traz uma maneira de termos uma igualdade mínima de ensino: "Na verdade, essas garantias visam a limitar os efeitos dos sistemas meritocráticos" (...) "Rawls, considera que a justiça de um sistema escolar pode ser medida pelo modo como trata os mais fracos e não somente pela criação de uma competição pura".
Uma discussão sobre o valor de diplomas no mercado de trabalho é levantada, ao considerar que esses diplomas "fixam o nível e as portunidades de emprego à que os indivíduos podem prentender", além de trazer à tona o fato de que o acesso a cursos profissionalizantes também é limitado, de certa forma, pelas desigualdades sociais trazidas na bagagem de cada aluno, e consequentemente a mesma alteração no mercado de trabalho em que os alunos irão atuar e, novamente, no seu nível social.
As diferentes esferas de justiça também atuam na concretização de uma escola justa: "há desigualdade e injustiça novas quando as desigualdades produzidas por uma esfera de justiça provocm automaticamente desigualadades em outra esfera" - processo que ja foi abordado no parágrafo anterior. Aqui, ele traz um argumento que pode nos ajudar a compreender as dimensões da importância do processo de educação e sua modificaçao: "uma escola justa não teria a pretensão de fazer a triagem dos indivíduos de maneira tão definitiva; ela permitiria, aos que fracassaram ou saíram, tentar uma nova oportunidade" (...) "Um sistema mais aberto, com maior mobilidade, que oferecesse duas ou três oportunidades, menos preocupado com a produção de uma elite fechada, seria provavelmente menos injusto porque suas próprias injustiças teriam menos consequencias sobre o destino dos indivíduos.
Por fim, o autor alega que a escola justa deveria primeiramente se questionar sobre como tratar os alunos mais fracos, aqueles que fracasaram nas primeiras tentativas. Questiona as maneiras de tratar as competências dos alunos e apresenta a idéia de que a "discriminação positiva" seria talvez a maneira mais justa de tratar os alunos, agregar ao modelo de escola meritocrático, princípios que possam aprimorá-lo e assegurar maior igualdade de oportunidades: "Enfim, um sistema competitivo justo, como o da escola meritocrática da igualdade de oportunidades, deve tratar bem os vencidos na competição, mesmo quando se admite que essa competição é justa".


Opinião sobre o assunto e sobre o texto:

Acredito que a discussão sobre uma escola justa tem de ser mais abrangente do que somente o âmbito escolar. Seria necessário toda uma transformação social, de preconceitos sociais, de acomodação social, e sobre o que deve ser mais importante na sociedade. Considerei interessante as quesões problematizadas ao longo do texto. É de suma importância conhecer os processos sociais que permeiam o sistema escolar no qual iremos ingressar como professores num futuro.
A pesar de não apresentar uma "solução" de uma escola justa - até porque julgo isso, no mínimo, um processo longo - o texto explicita bem o que deveria ser considerado para iniciar um processo de transformação escolar, pessoal, social.
Tendo em vista nossa sociedade capitalista, que visa acima de tudo a competição, as ideias abordadas pelo autor são de uma lógica coerente. E, de fato, creio que de nada serve ficarmos idealizando um modelo escolar que não condiz com nossa realidade social - mesmo sabendo que o sistema não é o mais justo. Manter a ideia de competição na escola é essencial no modo de produção capitalista, e enquanto vivermos com ele, nos resta adequar, de maneiras mais justas, o processo de formação escolar com a realidade do mercado e com a realidade social.

(Abril de 2009)

terça-feira, 14 de maio de 2013

Os verdadeiros "problemas internos" do Brasil

Tchê, na boa, eu fico de cara com essas publicações em redes sociais de "Brasil contrata médicos cubanos", "Brasil fornece 'dinheiro' para invesitmentos em Cuba". Sinceramente, não vejo problema com isso! O Brasil tem seus próprios problemas? Sim. E não são poucos. 

Mas pensemos em Cuba: desde a Revolução Cubana, o país sofre com sanções econômicas, de política e comércio externo. Se fosse qualquer outro país do mundo (além de Venezuela, Bolívia e alguns países "estigmatizados" pelo socialismo), o Brasil estaria "investindo em alianças externas e contribuindo para as relações diplomáticas com países em ascensão econômica".

Os caras não têm dinheiro ou infraestrutura em alguns setores não porque não querem (ou os governantes - "ditadores"- não querem), mas porque são a décadas boicotados pelo resto do mundo capitalista que se nega a importar e exportar mercadorias e tecnologias ao país, no fundo, por medo de que o socialismo dê certo. 

Então, o "problema" de o Brasil contratar cubanos ou ajudar Cuba, não é porque o nosso país está mal das pernas em muitas questões internas, mas sim porque é simplesmente Cuba, socialista, o câncer do capitalismo tratado com quimioterapia exaustiva pelas grandes potências capitalistas mundiais, tanto em nível econômico, como político e midiático.

Não estou com tempo para discorrer longamente sobre o tema, mas não podia deixar de registrar esse pensamento.





sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ah... o Rock and Roll...

É sempre divertido falar de Rock. Como ninguém pergunta nada pra mim, resolvi contar aqui, que as "paredes" me ouvem. E também porque é bom uma dose de narcisismo de vez em quando.

Todo mundo tem um passado negro, e eu começo dizendo que na faixa etária dos 6 anos,  eu sabia de cor todas as músicas do "É o Tchan" (o que não era muito difícil). Depois, na faixa dos 10 anos, o sertanejo (naquela época, não era "universitário", o que diminui a quantidades de pontos negativos pra mim) era a trilha sonora, sonhando fazer a dupla "Thaís e Laís" com a minha amiga de infância. Meu irmão faz questão de lembrar que, nessa época, eu debochava de uma propaganda de uma banda na TV: "Punk Rock até os Ossos, que merda é essa??". Triste.

Então, lá pelos 13 anos, a coisa começa a melhorar. Meu círculo de amizades se ampliou; mesmo assim, a época era do KLB, lembra, A** P****? (talvez ela não queira revelar o nome, hauehaiuahe). Porém, tinha uma das amigas desse novo círculo de amizades que, ironicamente, era e permanece hoje a menos "rockeira" do bando, que possuía dois CD's que mudaram a minha vida: Live in Roma, do Nirvana, e Appetite for Destruction, do Guns N'Roses. 

Quando ouvi a primeira vez os ditos CD's, de cara identifiquei umas 5 músicas que tinha ouvido na rádio, gostado, mas não sabia do que se tratava. Então, descobri o Rock.

Aí foi uma corrida desenfreada. Em época em que a classe média baixa ainda não tinha tanto acesso à internet, eu e minhas amigas recorríamos à loja de revista da vila (tenho umas revistas do Nirvana até hoje), atrás de informações sobre bandas de rock. Lembro que ao descobrir o nome da banda que tocava "Rock and Roll All Nite" eu e a Paula sentamos no PC do meu irmão, com internet discada, á procura de "novidades" no Google. Eram blogs pequenos e informais de onde tirávamos as primeiras informações de tudo que curtíamos.

Surrupiei uma fita cassete do meu irmão do Faith no More, e repetíamos mil vezes "Epic" no micro-system da Paula (eu era tão pobre dos inferno que nem rádio com CD eu tinha). Tínhamos "gozos" com Bon Jovi. Redescobri uma fita dos Mamonas Assassinas e do Skank que ganhei na minha época de axé/sertanejo e não dei muita importância. 

Peguei todas minhas fitas sertanejas e regravei em cima com músicas que tocavam na Atlântida (nessa época, era boa). Fui no meu primeiro "show" de rock, da Bandaliera, em uma Festa do Mar.

Ana Paula, Raquel, Liliane, Charlene e eu, éramos as estranhas da escola. Usávamos camisas de rock, calça velha e All Star, andávamos com revistas pra cima e pra baixo, éramos bem "infantis", mas MUITO felizes.

Lá perto dos meus 15 anos, eu estava no BIG com minha mãe, e vi um CD de oferta de uma banda de rock, que eu não conhecia muito, mas como estava "10 pila", pedi para ela. Quando cheguei em casa, identifiquei uma, e pirei com as outras 13. Era o "Conspiracy of One", The Offspring entrando na minha vida. Em 2004 ganhei ingresso pro show deles em Porto Alegre, mas, de novo, a pobre dos inferno, não pude ir pela falta da grana pra passagem (e ah, eu tinha 15 anos =\).

Bom, depois disso, fissurei unica e exclusivamente por Offspring (e Ramones) por uns 4 anos, minhas amigas meio que se foram pro lado do Hard Rock. Também me deixei levar por elas, quando "descobrimos" os festivais. Muitos problemas, "meninas de família", saindo à noite sozinhas, em eventos "não-formais", éramos o terror das mamães (mesmo sendo castas, sem beber álcool ou usar drogas, ligando quando chegava e quando saíamos dos lugares). Shows da extinta DDT, os shows no extinto "Plebe Rude Espaço Underground".
Show do Marky Ramone em Rio Grande, minhas melhores amigas lá, um dos melhores momentos da minha vida. Desculpa, gente, cantei com Duda Calvin! E terminei um namoro de 1 ano e 8 meses =D

Quando entrei para a faculdade de Geografia, me afastei das amigas e dos festivais, fiquei solitária e depressiva, mas o rock sempre mudando minha vida. Conheci, pela Paula e Raquel (e pela extinta "War Machine"), Skid Row, Guns N'Roses (in fact), Aerosmith, Motorhead, AC/DC, Van Halen, entre outras menos importantes (para mim). Tudo muito intenso e rápido.
Nessa época que o Hard Core entrou na minha vida, através de uma amiga da faculdade que nem rockeira era, que me passou umas duas músicas do Bad Religion. Me afundei nas drogas da internet, participava intensamente de uma comunidade de Punk Rock, onde me divertia pelas madrugadas, mais ou menos quando meu amigo virtual, Paulo Roberto, me apresentou ao Ska-P (que, inclusive, virou objeto da minha monografia de conclusão da graduação).

Depois, com o amor da minha vida, meio que voltei a ouvir Nirvana (como não, cara mais doido por Nirvana, nunca vi), fui, finalmente, ao show da minha ETERNAMENTE FAVORITA The Offspring, passei mal, chorei, cantei, pegamos caronas com uns moleques desconhecidos que, ao chegar no carro deles, decobrimos serem "de posses", hehehe. Conheci coisas diferentes, como Kaiser Chiefs, Strokes, retomei The Hives, Metallica (outro show memorável, pelo lamaçal do Parque Condor em POA e pelos respingos em nossos calcanhares que não sabíamos se era lama pura ou vômito alheio).

Numa idade avançada da vida, decidi que deveria conhecer mais bandas de Hard Core, já que, ora bolas, era o som que mais me empolgava, e descobri Pennywise, aprofundei Dead Kennedys, Agnostic Front, Bad Religion, Bad Religion e Bad Religion. E continuamos aí "na atividade": atividade de velhos, só ouvindo musiquinha no MP3 e com preguiça de saír à noite quando tem algum evento na cidade.

Agora, nunca nunca posso me esquecer daquele grupinho de amigas que sempre estiveram do meu lado na melhor fase da minha vida e marcam até hoje minhas motivações (mesmo com brigas e rompimentos).

Essa postagem, acaba sendo uma homenagem à juventude, ao Rock e à amizade (e ao meu narcisismo).
=)


E aqui, uma música que me fez distender um músculo do pescoço ao tentar imitar a banda em um show da New Hell Band, no extinto Plebe Rude Espaço Underground:




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Controversa

Sei lá, estava re-lendo alguns dos meus textos e percebi isso.
Não considero algo completamente negativo, quer dizer somente que devo refletir mais sobre meus pensamentos (por mais que isso já seja nocivo para a minha sanidade mental).

Mas, "Crônicas de uma mente Moldada e Partida" continua fazendo sentido e esclarecido aqui:
http://www.nadamuitocriativo.blogspot.com.br/2012/03/cronicas-de-uma-mente-moldada-e-partida.html

=)


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