domingo, 27 de dezembro de 2009

Por que ser agnóstica?



Eu sofro de Transtorno de Ansiedade Generalizado, é quando a ansiedade (sensação normal em todo ser humano) se transforma em sintomas físicos, e pode atrapalhar e muito a tua vida, porque tu não consegues controlar tuas sensações e pensamentos, que geralmente são desesperadores. Pois bem, faço meu tratamento, e já me recuperei magnificamente uma vez, mas faz mais de um ano que as sensações voltaram a me incomodar. E já que estou a mais de um ano fodida com isso, fico maquinando algo que eu possa fazer extra ao tratamento psicológico, como comecei a jogar vôlei um tempo, mas machuquei o dedão e parei; fui procurar Yoga, mas 160 reais por mês só pra aprender a alongar e respirar direito, minha situação financeira não permite, e acho que mesmo que permitisse, eu não pagaria esse absurdo. Então, discutindo as possibilidades com meu pai e minha madrasta, eles me disseram “eu acho que devias procurar um apoio religioso”. Eu tentei argumentar normalmente, até que eles insistiram muito que as sessões espíritas estavam “curando” o braço de minha madrasta, e eu disse “mas eu não acredito em deus”.
Eles ficaram pasmos, disseram que não entendiam como eu conseguia viver sem acreditar em um deus, mesmo que interior (meu pai diz que “deus está na gente”, mas quando eu digo que isso se chama “auto-estima” e “autoconfiança”, ele diz que não é isso; minha madrasta é de umbanda, eu acho, mas tem ido a um centro espírita), que não entendem como eu posso considerar que ter religião ou acreditar em um deus não é bom. Bem, eu não dei meus motivos, porque gosto muito deles, e não quero que eles me vejam como alguém que “ta fodida porque não é crente e ponto final”.
Mas se eles estivessem no meu lugar e tivessem vivido minha vida, também sentiriam o quanto é mais sensato não crer em espíritos e interferências divinas ou demoníacas. Não que eu tenha tido uma vida sofrida, sempre tive tudo que precisei, tive muito amor e pai, mãe e irmão maravilhosos, mesmo com seus defeitos. Nunca vivi nenhuma tragédia (exceto a morte de meu cachorro, que foi a gota d’água para os meus transtornos) e nunca sofri com perigos. Só que atravessei uns 15 anos da minha vida sem conseguir dormir sozinha, sem conseguir ficar no escuro em um local. E não foi só na infância, que toda criança tem medinhos e acorda de noite com medo de monstros de baixo da cama e vai correr dormir com os pais.
Eu tinha medo de espíritos. Minhas amigas todas viam filmes como “O Exorcista”, e eu detestava ver. Antes mesmo desses filmes eu já era “cagada” com essas coisas. Quando eu tinha 15 anos, namorava com um rapaz e era um pavor quando ele ia embora, porque já era noite: então, eu fechava a porta de casa, respirava fundo, desligava a televisão, e saía correndo desesperada para o meu quarto e acendia a luz. Com 17 anos, eu ainda ia para a cama da minha mãe porque eu tinha medo de ver alguma coisa, de sentir alguma coisa, e de morrer subitamente. Até que eu descobri que não precisava acreditar. Que não haviam regras que me obrigassem a isso, e que, pensando racionalmente, nunca tive nenhuma ínfima prova de que essas coisas realmente existissem: era um medo irracional.
Então, entrei para o curso de Geografia na FURG, e estudando a ciência e a filosofia, descobri que o tudo não existe sem o nada, que o branco não existe sem o preto, que o Grêmio não existe sem o Inter, e que o bem não existe sem o mal. Ora, se não havia porque eu acreditar no mal, em espíritos possuidores, porque nunca tive contato com um, também não fazia sentido acreditar no bem, em um ser superior que julgue o que mereço ou não na vida, e que protege os que merecem e pune os pecadores. Afinal, o que é pecado? Também descobri que a verdade é relativa, e o que pode ser correto pra ti, pode não ser correto para mim, e não precisamos nos odiar e nos matar por isso.
Pois agora, sofro de transtornos que realmente são difíceis de serem superados sem apoio psicológico, e a religião é um eficiente apoio psicológico, porque acreditas que tem alguém do teu lado, que conhece teus sofrimentos, e que uma hora vai te tirar dessa, e tu rezas e pede para que ele te ajude, vira para o lado e dorme tranqüila porque fez a sua parte em “interceder”. Vai a missas e cultos como maneira de “adoração”, porque se você não adorar ele, você não vai merecer a felicidade.
Ora, eu não quero curar um transtorno psicológico com outro! Não quero me libertar de pensamentos e sensações que não são minhas, para me restringir a adorar um ser supremo que nunca me deu motivos para acreditar nele. Afinal, desde que eu tinha 5 anos e peguei dinheiro da minha mãe pra comprar balas, e ela descobriu e comeu todas minhas balas, eu sempre me esforcei o máximo para ser uma pessoa justa e honesta, e inúmeras vezes me ferrei “legal” por não ter “jogo de cintura”, por não mentir e por assumir minhas responsabilidades, mesmo que outros muitas vezes se aproveitassem disso para jogar suas responsabilidades em mim. Sempre fui uma pessoa justa e carinhosa com as pessoas que amo e me amam, que pecado tão imperdoável cometi para estar sofrendo desses transtornos? Não acreditar em deus? Mas se ele é tão egoísta assim, que acha que só quem merece os “louros da vitória” é quem paga dízimo e é “temente” a ele, prefiro viver sem ele.
Então, mesmo que seja um caminho mais difícil do que acreditar em um ser supremo, vou buscar minha recuperação na minha vida sem medo de espíritos possuidores, e castigos que não mereço. Vou fazer por merecer por mim mesma e pelos meus esforços (mesmo que às vezes me canse e pense em desistir de tudo). Afinal, a vida não passa disso: de superação, de sobrevivência e de resistência.
Não digo que sou ateísta, primeiro porque todo mundo te condena, e tu não tens a oportunidade de mostrar pra alguns que és mais merecedora e confiável que muitos “crentes”. Pode chamar isso de medo e covardia, mas a vida não é muita coisa sem interação social, e só porque as pessoas são diferentes de ti, não significa que elas não sejam dignas e legais (afinal, tenho um amigo carioca, fã de Backstreet Boys, e um namorado Gremista fanático), mas esses dias quando saí com uma camisa do Bad Religion com uma cruz e um sinal de negativa, as pessoas não desgrudavam os olhos de mim, meio pasmas, e eu já chamo atenção por ser grande, fiquei incomodada, mas continuarei usando, só evito de ir na casa do meu pai e dos meus “sogros” assim, pra não ofender, de alguma maneira irracional, a crença deles.
Segundo, porque de fato, não me incomoda o fato de pessoas crerem em deuses, e pelo que “convivi” na internet, para ser ateu você precisa odiar crentes e odiar “o deus que não existe”. Não me incomoda, até o ponto em que estas pessoas resolvem me incomodar. Sempre tento ser assim, não julgar os outros, até que eles resolvem me julgar, e aí sofrem as conseqüências (quando consigo controlar minhas emoções e falar sem perder a razão).
Considerar-me agnóstica não é querer ficar imune ao um “possível julgamento divino, caso ele exista”, ou ficar em cima do muro; é a postura mais saudável que encontrei para não contradizer meus princípios, minha lógica e não cair na besteira de viver a vida por um deus (porque ateus geralmente vivem a vida por um deus, tentando provar que ele não existe e tentando provar que têm a razão absoluta, mas centram seus pensamentos nele, assim como crentes que vivem a vida louvando, agregando responsabilidades a um deus).
Enfim, como digo, nem todos são iguais, e cada um é como quer ser, e eu não estou aqui para julgar o certo e o errado, desde que ninguém levante o dedo para criticar as minhas convicções. Assim, se tu estás contente com a vida que leva, continue levando. Minha vida é de questionamentos e busca por justiça e honestidade; como qualquer ser humano, às vezes falho, às vezes me contradigo, mas NÃO atire a primeira pedra quem nunca passou por isso. Não julgue os outros pelo que tu és. Me dói nos nervos ver as pessoas se enganando quando dizem “ah, mas essa pessoa deve ser boa, porque é de família religiosa”. É por essas e outras que o Brasil é a merda que é, porque as pessoas pré-julgam as outras com critérios duvidosos e relativos. Na hora de votar num candidato publicamente desonesto, não param pra ver o que ele fez de bom ou de mal, só caem no seu discurso vazio, cheio de palavras bonitas e falsas convicções.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O único consolo é escrever.

Não é nenhum texto pensado.
Sabe quando a gente se decepciona com as coisas?
Eu estou numa fase em que quase tuido resulta em decepção. Aí, uma coisa mínima te deixa na fossa: tirar 2,9 de 4 em um trabalho.
Sabe quando a gente se esforça em tudo? Se esforça em ser justo, em ser correto?
A gente não deve esperar isso de todo mundo.
No trabalho, eu cumpro meus horários direitinho, chego da FURG 23h da noite e no outro dia as 8h já tô lá, cumprindo o meu papel. A gente não deve julgar os outros, e eu procuro não julgar. Até a hora que resolvem meter a colher no meu mingau.
Na bolsa, não faço as coisas mais pesadas, como o Bruno que se matou fazendo a arte, mas me esforço no que me é destinado, e as pessoas não te dão um voto de confiança, não param um minuto para considerar tua opinião, e te tratam com docinhos quando precisam de ti, e depois te expoem vergonhosamente quando querem mostrar autoridade. É decepcionante esperares uma coisa de uma pessoa, que todos a volta acreditam ser uma coisa, e transparece ser uma coisa, mas ela te apresenta a pior realidade que pode haver: as duas caras.
No trabalho que tirei 2,9 de 4, de repente eu não tenha me saído bem mesmo. Mas com tudo que te cerca, tu acabas achando que tudo conspira contra ti, e todo mundo te odeia.
Além disso, me esforço comigo mesma pra vencer inúmeros desafios que sem eu mesma eles não existiriam, e ainda assim eles insistem em não serem vencidos pela minha persistência.
Tá tudo cansativo nesse fim de ano, e tento me consolar que ele está acabando e que as férias (da FURG) estão chegando. Mas ao mesmo tempo que tento me consolar com isso, me desespero com a pesrpectiva de que se as coisas não melhorarem com o fim do ano, vou cair mais fundo ainda no poço que me arrasto com todas as forças para sair.
[depressão mode on]
Ah, mas apesar disso, fico feliz de saber que não morri totalmente virtualmente, e que existam pessoas lendo as coisas que escrevo, e lamento não ter internet nem tempo de apreciar assuntos que outros blogs podem oferecer!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Rápido

Estou numa correria estressante na faculdade, e não sobre tempo pra escrever, quanto mais pra entrar na internet com tempo.
Mas assim que terminar as aulas, escreverei sobre algumas idéias que andei tendo. Isso seu eu ainda lembrar dessas ideias!

Abraço!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ERRATA EM "BANHO DE HIPOCRISIA":

Depois de meses, fui ler aquele texto de novo e percebi esse erro primário.

Parágrafo 4
Linhas 37 a 39
"Então, um rapaz do meu lado, , cinco minutos depois de eu ter aerbto a janela, foi lá e fechou".
Na verdade, eu fechei a janela e ele abriu, o que é lógio no contexto do texto, mas não deixa de ser um erro cabuloso que pode ser pego para "terríveis" distorções sobre meu ponto de vista.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Solidão e silêncio não são crimes.

Por que as pessoas se apavoram tanto com o silêncio, com a solidão? Por que parece tão estranho quando alguém quer ficar sozinha ou sem falar? Todo mundo já quis um dia ficar sozinho, e muitos querem e nem se dão conta disso!
Todo mundo já quis ficar quieto um dia, todo mundo já sentiu raiva de alguém na vida. Todo mundo odeia alguém. Por que todo esse alvoroço quando a gente expressa uma dessas vontades, ou age de acordo com essas vontades? Todo mundo fica abismado e fofocando quando vêem alguém fazendo coisas que todo mundo queria fazer, mas não faz; não faz talvez para justamente poder falar mal de quem faz. “Não é educado”. Claro, o que é educado é você fazer o que não quer ou deixar de fazer ou dizer o que quer para não “colocar em discussão a opinião do outro”.
Nós deixamos de fazer coisas que a nossa vontade pede para cedermos à conveniência da sociedade. Aqui não estou discutindo situações que coloquem em risco a vida ou o bem estar físico e social das pessoas, mas sim reações cotidianas que são apontadas e criticadas se você as tem em público. Querer ficar calada em um happy-hour, querer ficar sozinha no fim de semana, sentir raiva de alguma situação que vai contra as suas vontades (meramente sentir raiva e admiti-la verbalmente ou em expressões faciais, e não sacar uma arma e explodir os miolos de qualquer um que diga que é verde o que você diz que é vermelho), discutir verbalmente em público.
O que tem de obsceno em chorar? As pessoas são excessivamente pudicas com as ações mais humanas que alguém pode ter. Sentimentos, opiniões, vontades, são os mecanismos mais humanóides que alguém pode ter, mas expressá-las é considerado algo fora dos padrões. Muitos não se constrangem com filmes de sexo explícito, mas são profundamente críticos e seletivamente educados quando se trata de presenciar alguém chateado ou discutindo questões sentimentais.
Julgar o outro é um grande erro, mas muitas vezes é um erro inevitável. Mas qual é a “moral” de julgar o outro sem que o parâmetro seja você mesmo? Quando você for julgar alguém, alguma atitude ou reação, tome como base você mesmo, mas sem hipocrisia, que você vai perceber que ao menos uma vezinha queria ter tido aquela reação ou tomado aquela atitude, aí sim você vai ter a reação correta quando ouvir alguém falar que quer ficar quieto, sozinho.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Era só uma postagem sem conteúdo... bom, de certa forma continua sendo!

O que vou postar?
Novidades? É, novidades!
Não sei porque parei um tempo de escrever, talvez porque eu perceba de vez enquando que por mais que a gente tente se informar, tente ser justo, ter opiniões estruturadas, nunca vamos ter nada disso, de fato.
Eu ando muito revoltada com a imprensa Global brasileira. Eu chego a soltar uma gargalhada a cada manchete do "Jornal da Globo", não tem um único dia em que não se fale nada pejorativamente se referindo ao presidente da Venezuela. Então, eu adoro apoiar tudo o que a Globo odeia, e passei a refletir profundamente sobre tudo o que é dito nos tele-jornais; acabei por concluir que a imprensa de massa faz questão de criar uma imagem abominável de Huga Chávez pra proteger seu mercado, pra proteger seu sistema capitalista e proteger a mente do povão de novas visões sobre o mundo.
Uma vez, em uma comunidade no Orkut, um sujeito declarou algo como "fiquei preocupado, sinto medo de você", depois de eu dizer que, para superar uma cadeia tão bem estruturada e mentalizada como o sistema capitalista se tornou, onde o consumo manipula até seus mais íntimos pensamentos, talvez fosse necessário algumas medidas radicais, como o tal fechamento de uma emissora pelo governo. A intenção do sujeito era que fosse deduzido que eu sou a favor da ditatura. Só que ele, assim como outros, não percebem que, de um jeito ou de outro, vivemos em uma ditadura. Você não vai preso ou apanha no pau-de-arara se for se comportar diferentemente do padrão, mas é excluído de relações sociais e psicológicamente afetado, sutil mas mortalmente afetado pela homogeinização.
Não vou fugir da resposta, eu não sou a favor da ditadura ou contra a liberdade de expressão, mas o que é ditadura e liberdade de expressão? Eu vejo intelectuais influentes enxerem a boca para falar de facismo, ditadura e Hugo Chávez, mas o que eles chamam de facismo e ditadura não é a situação, mas sim as pessoas que querem desacreditar. Liberdade de expressão é uma farsa! Ela só existe quando não interfere nos interesses soberanos. De que adianta eu fazer um protesto, se vou presa depois, como os manifestantes que fizeram protestos na frente da casa da governadora do Rio Grande do Sul a alguns meses atrás? De que adianta eu ter um blog pra expressar minha opinião, se os fodões possuem mecanismos muito mais eficientes e abrangentes de persuasão.
Não quero trazer respostas, mas quero questionar o que está imposto a nós como "liberdade" e "democracia".
Ao mesmo tempo, não posso afirmar eficientemente quais são as intenções do presidente da Venezuela, se ele é bom ou mal; algumas frases que escrevi no celular:
"Aqui no Brasil, a impensa gosta muito de colocar o Chávez no papel de lunático, e muitos críticos que tem espaço na imprensa de massa, usam o termo 'facista' para se referirem ao Chávez. Tenho lido sobre facismo, o que é dificil porque nunca se encontra um texto imparcial, que apenas descreva o facismo sem alusões ou ironias, já que é um tema polêmico e estigmatizado apenas pelo que causou, e não pelo que foi causado.
Acredito que para criticar ou julgar algo com coerência precisamos conhecer os fatos sob todos os pontos de vista. Analisando individualmente o caso da Venezuela, pode-se encontrar alguns poucos traços do facismo, mas outros fatores determinantes para ter como consequencia todo terror do nazismo, por exempo, só o Chávez sabe mesmo sua real ideologia. Mas, ao considerar tod o esse entulho de ideologias capitalistas enterrando todos desenfreadamente, só uma política radical (e 'radical' aqui sem significar o que é usual para definir 'radicalismo') pode combater o consumismo e todo o complexo que envolve. Acredito ser um absurdo tanto quanto o facismo taxar alguém ou alguma ideologia sem considerar todos os pontos de vista."

Ou seja, nunca vamos saber o que se passa na cabeça do presidente da Venezuela, mas nem por isso precisamos engolir tudo o que a imprensa de massa conclui sobre sua política ou sua personalidade.

"Quanto mais a imprensa de massa ironiza o Chavez, mais eu me simpatizo com o presidente da Venezuela. Agora eles noticiaram um documentário sobre Chávez que aparentemente relata o lado que a imprensa de massa não divulga, e trataram logo de listar os supostos defeitos do documentário e do cineasta responsável. Ora, ninguém critica as centenas de filmes que idolatram ianques combatentes de guerras no Vietnã, Afeganistão e MUITAS outras. Adoram o carisma de Obama, as olhadelas de Sarkozy para bundas alheias, só o que eles não gostam é de seriedade e pensamentos e ideologias diferentes".


Bom, na verdade, tudo isso é para explicar porque não tenho escrito textos ultimamente, porque a gente nunca vai saber o que é verdade e mentira, nem mesmo nos nossos próprios pensamentos e ideais.


Minhas novidades no âmbito pessoal são que consegui uma humilde (bem humilde) bolsa na FURG pra trabalhar com a profª Vânia Chigar, de Didática, em projetos de ensino e extensão, e espero que contribua mais no meu intelecto do que vai contribuir na poupança (o que não é dificil, hehehe). E agora a pouco participei de uma "entrevista" pra trabalhar em um posto de informações turísticas praticamente do lado da minha casa, mas eu respondi que o Museu Oceanográfico ficava na Av. Perimetral, então não sei se me dei bem.
A vida sem internet não está pior do que era com internet, só não tenho outro lazer em casa do que ver o jornal e criticá-lo mentalmente. Agora tem parabólica em casa (êêê vou me bitolar na MTV e virar emo!), mas a qualidade dos programas às vezes é pior que os da Globo (ou réplicas dos da Globo, ou falam dos da Globo... viva a Globo formando opinioes!). Pelo menos tenho estudado mais, só que às vezes a gente não quer estudar, um diazinho só!
Praticamente morri virtualmente; fico séculos sem entrar no orkut, e quando entro não tem nenhum contato que se lembre que eu ainda sou um ser humano vivo. Aliás, volto a me decepcionar com a minha própria ilusão: amigos... isso no ecziste. Na verdade, existem, mas eu ainda não os encontrei (há exceções, mas que contam-se em uma mão e sobram dedos).
Então, sigo levando a vida na esportiva, dando uns chutes nas paredes, de vez enquando, pra extravasar o grande engano que é viver.
Mas não se engane, isso não é pessimismo! Eu só tento conviver com a "revelação" de que a vida é uma farsa, mas estamos nela para nos enganar. Eu sinceramente preferia que "deus" me fosse revelado em epifania. Já que não, vou me adaptando a me contentar com o que minha capacidade mental absorveu!

Abraços!

sábado, 19 de setembro de 2009

Celso

- Agora que eu tô sem internet e sem tempo pra dar àtenção aos blogs interessantes, as pessoas descobriram o meu blog!Obrigada pelas visitas, e desculpem por não dar a devida atenção aos fiéis donos das paciências que lêem estes textos! -


“O nome do meu irmão é Celso!Você já parou pra reparar na tonalidade dos nomes das pessoas? Um dia, quando um professor estava fazendo a chamada em aula, ele chamou meu nome, eu respondi normalmente, mas quando ele chamou outra Débora da minha turma, eu percebi que eu me chamava Débora! É, eu sei que parece doido. Mas no caso do meu irmão é mais estranho ainda, porque eu me acostumei desde pequena a chamar ele pelo nome de Luis, e ver as outras pessoas chamando ele de Celso, soa como um estranho pra mim. Até que, hoje no ônibus, voltando pra casa, me fascinei com esse nome.Ora, "Celso" também é o nome do meu pai, só que ele se chama "Selso". É outra coisa que parece que só eu consigo perceber: a diferença de entonação entre dizer "Celso" e "Selso". Assim como distinguir palavras com "L" ou "U", "M" ou "N" só pelo tom da pronúncia. Para mim, os nomes do meu pai e do meu irmão são diferentes: um é "Celso" e o outro é "Selso". Mas parece um nome tão diferente aos meus ouvidos. Quando eu escuto alguém pronunciar o nome "Celso", nem parece que eu tenho dois C(S)elsos constantemente na minha vida.Nome do namorado, da mãe; as pessoas tão próximas e presentes na nossa vida, parece que a gente esquece o nome delas, mas deve ser o contrário: de tão enraizadas que estão no nosso dia-a-dia, a gente absorve o nome e nem se liga que o nome das pessoas é algo que tem peso na definição de quem elas são. Não estou dizendo que todas as Déboras e Celsos são iguais, mas a nossa identificação perante um grupo de pessoas (sociedade) é singular, mesmo que existam vários homônimos por aí, porque mesmo quando chamam "Débora" e não é você, você reconhece que chamaram o seu nome.Faz um tempo que eu, de vez enquando, me pego apreciando a beleza e detalhes dos nomes, e é uma atividade muito agradável. Experimente a cada nome que você tiver de falar, ou passar pelas suas vistas, separar cada sílaba, mesmo que apenas mentalmente, e sentir como ela sai da sua boca, como ela é entoada por suas cordas vocais. É o máximo!Cel-so, Sel-so, Dé-bo-ra, An-tô-nia, Bru-no, Char-le-ne, Ca-mi-la, Ro-dri-go, Mô-ni-ca, Mar-ce-lo, Ju-lia...Claro, têm alguns mais bonitos que os outros: veja só como Dé-bo-ra é um nome forte, carregado de personalidade. Hehehehehe... Não, não, sem apelos "místicos".


Observe as coisas mais comuns da vida, e analise o quanto cada uma tem sua beleza. Eu comecei pelos nomes, não sei se a dureza da vida real permitirá que eu permaneça com esse hábito. Mas é uma boa terapia, mesmo que pra fugir da tensão de cada dia ao menos em um momento de reflexão enquanto se faz uma viagem de quarenta minutos de volta pra casa.Mas se for dirigir, não filosofe”.


14 de setembro de 2009. 00h40min.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Michael Jackson e o Italiano

Cada dia que passo me impressiono mais com o povo brasileiro. Acredite, sempre que consigo e é possível, tento me despir de qualquer preconceito, mas, às vezes, até para enfatizar os absurdos, acabo (e todo mundo acaba) generalizando. Fiquei pasma com o que vi na TV nesses dois últimos dias; vou narrar a história sob meu ponto de vista baseado nas informações obtidas:
Um turista italiano estava com a filha e a esposa em uma piscina coletiva de um hotel em uma praia do nordeste brasileiro, quando dois cidadãos se revoltaram com o afeto explícito entre a família. O pai, notavelmente aproveitando suas férias com a família, se diverte no calor e na água com sua filha e lhe dá um beijo.
Entre muitos hóspedes que estavam ali, entre muitos empregados e segurança que ali estavam, apenas estes dois cidadãos sentiram-se atacados em sua moral e relatam abuso sexual por parte do pai italiano [provavelmente esses dois cidadãos nunca tiveram afeto da família e, ou realmente se surpreenderam com uma atitude de carinho como um selinho, ou sentiram inveja e rancor da família feliz e decidiram se vingar].
A defesa do italiano foi absolutamente óbvia: se tal pai tivesse a intenção de molestar sua filha, não o faria em um local público cercado de pessoas, além da alegação de que na Itália esse ato de carinho é extremamente comum [convenhamos, aqui também vêm se tornando; zilhões de celebridades fúteis vivem se dando beijinhos, e até mesmo eu dou uns amassos na minha mãe de vez enquando].
Será que o crime não está do lado oposto? Hoje temos a convicção de que turistas estrangeiros vêm ao Brasil para aliciar mulheres e jovens para programas sexuais. Por ser um italiano, dando um beijo em uma criança, a mente preconceituosa de alguns brasileiros não interpretaram como um atentado sexual apenas por essa generalização?
Isso não é xenofobia?
Bom, não quero defender a parte de ninguém aqui, cada um conclui o que quiser dos fatos, mas não vi em nenhuma parte da imprensa esta hipótese de xenofobia, mas se fosse um brasileiro em outro país seria “oh, que preconceito”, como foi com aquela mulher “com transtornos mentais” que se mutilou e jogou pelos quatro cantos do mundo um ataque xenófobo na Suécia, quando na verdade... bom, mais uma vez, tirem suas conclusões.

Coitado do Michael Jackson! O carnaval que estão fazendo em cima do cadáver congelado há setenta dias dele, é uma piada vergonhosamente humana. Esse passou a vida toda sendo condenado por cada passo que dava, passou a infância apanhando do pai, e a família está a setenta dias chorando, e arrumou lágrimas para mais uma cerimônia sensacionalista.
Os noticiários agora largam a manchete “o astro que foi vítima de homicídio”. O povo tem que arrumar um culpado pra tudo, e a família tem que arranjar alguém pra responsabilizar e conseguir uns trocados, quem sabe. Eu vi entrevistas, destas que jorraram na TV esses dois últimos meses, em que o Michael Jackson assumia que estava viciado em anestésicos e analgésicos. Se o coitado do médico recebe uma ordem do “rei do pop” para acalmar sua vontade de dormir, o médico é quem leva a culpa?
Como está acabando a folha de papel, e eu daria muitas voltas e faria muitos comentários a cerca do meu ponto de vista, para no fim das contas você tirar sua própria conclusão mesmo, termino por aqui!


04 de setembro de 2009/ 17h32minh

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Banho de Hipocrisia

Eu estava pensando, como é inevitável pensar, já que temos de agüentar um sensacionalismo absurdo em cima disso, quanta hipocrisia do povo. Mas não é proposital, tenho certeza, dessa vez.
Gripe A, gripe suína, Influenza A. Gripe, vírus, doença respiratória. Mas que inferno! Hoje as pessoas decidiram lavar as mãos, usar álcool gel... resolveram tomar atitudes que deveriam ser automáticas de higiene e educação. Tudo por causa de uma gripe que mata menos que a gripe do ano passado, tudo por causa de um vírus simples como tanto milhares de outros que vivem no meio de nós há tantos séculos. Agora as pessoas descobriram que existem coisas que não podemos enxergar, e não é um deus: são vírus e bactérias.
Minha mãe me emprestou álcool gel para eu levar esses dias que fui ao centro: “usa quando descer do ônibus!”. Mas eu toquei nos ferros do ônibus, me sentei no banco, e quase que involuntariamente toco em outras partes do ônibus, e coço os olhos (tenho uma maldita alergia). Ora, pra pegar o álcool na minha bolsa, eu toco-a, toco em mais um monte de coisas que levo antes de encontrar o frasco, então limpo as mãos com o álcool, torno a tocar na bolsa e nas coisas que toquei antes, que estão infectadas com vírus, outros vírus. Então, me “contamino” de novo.
Estava eu mais uma vez no ônibus, dessa vez lotado, eu estava em pé, no frio que faz aqui no Rio Grande. Janelas escancaradas, absolutamente todas, percebi. Inutilmente, fechei as duas janelas diretamente a minha frente; inutilmente, porque a ventania vinha de todas as janelas abertas. Ora, eu tenho rinite, tive sinusite há poucas semanas, depois eu pego um vento “encanado” no ônibus, saio cheia de dor de cabeça, nariz escorrendo, e fico achando que peguei gripe suína [isso, deve acontecer com muitas dessas pessoas que, desesperadas com algo que sempre existiu, pegam frio, adoecem e se fo***]. Então, um rapaz do meu lado, cinco minutos depois de eu ter aberto a janela, foi lá e fechou. O que eu podia fazer? Aquele involuntário gesto negativo com a cabeça, pensando comigo mesma coisas abomináveis sobre o indivíduo.
O vírus não “avoa”, meu caro colega de coletivo! A “orientação” de manter o ambiente arejado é simplesmente porque o vírus sobrevive mais tempo em ambientes fechados e quentes. Aliás, isso era o que dizia no cartaz do ônibus, o que acho muito estranho, porque as aulas foram adiadas nas escolas com a informação, pela imprensa, de que o vírus ficava mais resistente no frio. Mas bem, vamos considerar a informação do ônibus, porque eu estava em um ônibus. O que o cara estava pensando? Que abrindo a janela uma possível partícula de vírus que saísse de um coitado fosse “avuá” pra rua, ao invés de ir parar no seu nariz? Não! O vírus ia cair onde quer que deva, e se a anta tivesse contato com a superfície, e ainda teria de tocar em suas mucosas, ele pegaria gripe de qualquer forma!
Há tanto tempo vivemos com vírus e bactérias à nossa volta, cheias de pensamentos malévolos, doidas para se hospedarem em nosso organismo e nos debilitar. Mas a muitos, muitos séculos vivemos com a orientação de higienização para evitarmos o máximo possível de pegar alguma doença causada por vírus e bactérias. Na hora de trepar com qualquer um (a), esquecem de usar preservativo, e aí lá vai o vírus da AIDS com o sorriso escancarado e pensando “bem feito, sua besta, continua passando álcool gel nas mãos, com medo do meu colega H1N1, que ele só vai te dar uma gripezinha. Eu sim é que vou te fo***, vou debilitar suas defesas e afetar sua imunidade, aí, juntos, eu e o H1N1, vamos te matar!”.
Tanta gente morre todos os dias com doenças causadas pelas mais diversas bactérias e vírus, só porque não lavaram as mãos antes de comer, ou sentou num sanitário público, e agora todo o povão quer dar lição de moral abrindo janelas nos ônibus com frio a menos de 10ºC, esgotando os estoques de álcool gel nas farmácias. Vão é lavar a mão depois de mijar! Vão é lavar a mãos antes das refeições, depois de mexer com dinheiro. Vão é parar de beijar qualquer um nas festas, parar de passar a mão em qualquer porcaria que aparece pela frente! E me deixem fechar a janela do ônibus, porque quem vai passar semanas de molho com a cara carregada de ranho por causa de rinite e sinusite sou eu!
Meu pai disse dia desses: um dia, daí a muitos anos, vão ser listadas as “piadas do século”, e será dito “houve uma época em que o sensacionalismo agravou a atuação de um vírus da gripe, e as pessoas foram induzidas a comprar tubos e tubos de álcool gel, a escancarar as janelas no inverno tenebroso. As fábricas de álcool gel expandiram-se assombrosamente, e, além do laboratório que tem a patente exclusiva do medicamento que diziam combater a tal gripe, vários laboratórios e médicos lucraram uma ignorância com consultas desesperadas, e receitando medicamentos para combater rinite, sinusite, bronquite, e todas as doenças e infecções que são geradas com frio intenso. E as pessoas levianas, fracas de cabeça, caíram nessa grande história bem elaborada”.
Ele disse isso para provocar minha madrasta, que é meio obcecada com doença e segurança, e passa álcool gel nas mãos de cinco em cinco minutos. E claro que ele foi uma pitada irônico e exagerado propositalmente, mas pensando bem, ele pode até estar com toda a razão, e a história até pode ser mais macabra do que a criatividade dele em provocar minha madrasta.
Até o ano passado, todo esse povo que está “consciente” [“consciente” MUITO entre aspas] agora, viajavam no inverno com ônibus lotado e janelas hermeticamente fechadas por causa do frio. As janelas ficavam embaçadas de respiração contida, e nesse caso, poucas eram as pessoas que queriam abrir a janela pra respirar melhor. Até o ano passado, convivíamos com vírus e bactérias da mesma maneira, e o álcool gel quase não tinha saída nas farmácias.
Teorias conspiratórias à parte, higiene e educação são algo que todos devemos ter, mesmo sem nenhuma ameaça viral veiculada pelos meios de comunicação. E a ventilação do ambiente sempre foi importante para a circulação do ar, mas não que seja necessário morrer de frio para essa precaução.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Diários de Motocicleta.

Esse fim de semana eu vi “Diários de Motocicleta” (é, não é muito novo, mas eu não costumo assistir muitos filmes). Não quero escrever sobre o que não tenho informação suficiente para ter uma opinião consistente, mas o filme me fez avaliar muitas coisas. O problema é que no mundo que temos hoje, nunca dá para saber quem está com as boas intenções ou só está vestindo a máscara. O que eu sei, é que os figurões da boa impressão, na maioria dos casos, estão usando a máscara.
Eu me reconheci na figura de Ernesto Guevara, ao menos o ponto de vista que transparece no filme. Essa coisa de ser honesto demais, de perceber as injustiças e as podridões em que vivemos sem olhar para o próximo. Mas a diferença é que ele encontrou um caminho para lutar e um ideal para seguir. As ultimas cenas do filme em que ele diz para o amigo que aquela viajem deu muitas coisas para ele pensar, não é querer julgar os que não são assim, mas teve repercussão toda a realidade que ele presenciou.
Ele não procurou nada, mas encontrou. Ele não saiu por aí procurando uma missão, mas encontrou. Na verdade, pode-se dizer que ele vivia a vida como ela aparecia para ele, até que ela se mostrou de uma maneira que deveria ser modificada. Eu gostaria de saber quais foram seus pensamentos iniciais, naquele momento em que ele percebeu a realidade; como ele organizou seus pensamentos para lutar pelo que lutou e para se transformar no revolucionário que se transformou. Hoje, seus “seguidores” podem não ser tão bem intencionados assim, alguns inimigos podem ter deturpado seus ideais, seu rosto hoje é estampado em tudo que se pode imaginar e poucos destes que usam sua imagem sabem o que ela significa.
Não quero ser revolucionária, apesar de considerar essa idéia e simpatizar muito com os ideais socialistas, comunistas, ou como quiserem taxar. A vida exposta no filme me fez querer encontrar meu caminho, apenas. Queria ter uma aula com Ernesto de como encontrar seu caminho, e não uma aula de “como fazer uma revolução”.
Concluo que devo evitar assistir qualquer tipo de filme. Fico muito sensibilizada. Até quando são aquelas porcarias de romancinhos adolescentes enjoados, tudo me dá muito o que pensar, e já tenho coisas reais demais para pensar. Aquele pensamento de “como eu queria que fosse assim”. Que merda! Não é assim, e tem coisas que nunca vão ser assim! Por que criar uma história que vai fazer todo mundo ficar injuriado com a vida que tem?
Mas voltando a “Diários de Motocicleta”, esse filme não me remeteu ao rancor dessa vida que não é como deveria ser. Fez-me pensar que é possível. É possível mudar, é possível criar; é possível construir a vida sem atropelar seus princípios. Mas, como não quero ser líder revolucionaria, queria apenas saber como aqueles dois amigos se estruturaram para criar cada um, caminhos tão diferentes na vida, tendo os mesmos princípios. Entender como se descobre que se quer e se precisa ser um revolucionário ou um médico com uma família, tendo o mesmo senso de justiça e pensamentos que vão de encontro com a realidade da sociedade.
É, mais uma vez, não consegui ser clara com as minhas questões. Viu só? Conseguir ser clara com seus questionamentos! Compreende? Não, não culpo quem não entendeu, na verdade, é isso que gostaria de aprender com aqueles dois amigos.

sábado, 1 de agosto de 2009

Postagem pessoal (?)

Hoje eu estava olhando fotos (nossa, como está difícil escrever com esse frio de 0°C que faz hoje). Eu devia estar estudando, mas eu tinha algumas coisas para pensar.
Como se adaptar com as mudanças? Eu não tinha esse problema quando tinha 4, 6, 9, até 14 anos, por que agora? Olhando registros de diversas fases da minha vida, percebo que fui mais gordinha, mais magrinha, mais loirinha, mais dentuça, bem mais bonitinha, mas também já estive mais feia, e por que hoje, aos 20 anos, tenho tanta dificuldade em aceitar as mudanças?
Já tive coleguinhas de infância, amiga de infância, já cheguei a nem e preocupar tanto com amizades. Já mudei de bairro, meus pais já se separaram, já tive boas amigas, que foram boas companhias. Tive uma casa de madeira, pequena e muito ajeitadinha. Hoje moro numa casa de alvenaria, um pouco maior, com móveis mais novos que os de antigamente, mas ela está, ou parece, sempre vazia.
Eu, quando tento assimilar tudo o que se passa comigo e em mim, me sinto ao mesmo tempo lotada e vazia. Lotada, porque tenho coisas, compromissos, sensações e decisões para assimilar, e vazia por não conseguir assimila-los.
Por vezes, me sinto sozinha, sem amigos. Meus amigos todos mudaram, se mudaram, se transformaram. Não parecem ter tido s mesmos problemas que eu para passar de fase, e fico feliz por eles. Mas acabei ficando sem eles, e também não sei se a companhia deles hoje me faria tão bem quanto já fez. Mas hoje, vendo fotos, me pergunto: por que não se consolar em ter tido amigos, que fizeram bem no tempo em que foram meus amigos? Por que insisto em me prender a rancores ou a questões como “por que não é mais assim”? Sabe, me irrita essa trava de achar que não sou capaz de construir alguma coisa a partir de hoje. “Construir amizades não é tão difícil”, se pensa quando percebo quantos amigos já passara, e já se foram, e vieram outros, em cada ano de minha vida.
A questão, é que quanto mais a gente cresce e a gente aprende, mais difícil ficam as relações. Mas, novamente, caio no fato de que as pessoas adultas à minha volta têm amigos e relações. Não só amizades que perduram do colegial, mas amizades novas e tão satisfatórias quanto as minhas foram, na época em que eu julgava ser mais fácil ter relações.
Hoje, minha psicóloga (é, a adolescente de 20 anos aqui, precisa de uma para tentar passar de fase) disse que meu problema estava em ver sempre as dificuldades, em tudo. Bem, várias pessoas já me disseram isso, mas a solução não está simplesmente em constatar isso. É preciso encontrar meios para assimilar o meu ponto de vista das coisas com a realidade, e este é um caminho difícil de traçar. Não é difícil quando não se perde o rumo. Não era difícil nos meus 12 ou 14 anos, porque tudo era justificado pela adolescência, e a gente não precisava se preocupar com a vida, com o futuro; as conseqüências dos nossos atos não eram nem cogitadas.
É difícil encontrar esse caminho de assimilações quando se perde o rumo, e quando se tem consciência de que a vida precisa de um rumo. E precisa sim, porque é inevitável fugir da evolução da espécie, tanto biológica quanto psicológica, social e moral, e quando intrinsecamente se precisa de um rumo, perder ele, ou tomar consciência de que não se tem um, embaralha toda nossa razão de viver.
Mas é essencial procurar, até encontrar, um caminho, ao menos para buscar um rumo. Olhando minhas fotos hoje, percebo que um dos passos nessa busca é olhar para o passado com carinho e com esperança, e não com rancor por tudo hoje estar diferente; não olhar com rancor por não ser mais daquele jeito, ou com o pensamento de que “tudo se foi”. Tudo se foi, mas tudo existiu, e tudo pode existir (nem tudo). Os amigos que se foram (ou porque não são mais os mesmos, ou porque tomaram caminhos diferentes) não são uma época a se esquecer, são uma época para se seguir o exemplo, independente de que rumo a vida de cada um tome depois.
Para o leitor, troque todos os verbos e pronomes em primeira pessoa do singular para o plural, que o texto poderá fazer sentido para você também.
24 de julho de 2009; 20h47min.

Agora digitando, comecei a achar que esse texto é “romântico” demais, como diria um professor que tive. Mas por outro lado, que esperança se pode ter na vida sem um pouco de sonho?
30 de julho de 2009; 12h16min.

sábado, 18 de julho de 2009

Mais uma cutucada na “liberdade de imprensa”.

O ultimo texto que escrevi pro blog falava da parcialidade da imprensa de massa, e não sei se na mesma semana, mas sei que no mesmo, houve uma decisão do Ministério Público, ou Senado, ou STJ (tenho o péssimo hábito de ouvir só as partes com conteúdo das notícias, e já que a política do Brasil não tem conteúdo, hehe) de que para ser ou trabalhar como jornalista, não é mais obrigado ter curso superior na área. O ministro Gilmar Mendes alegou que a exigência de diploma para trabalhar na área vai contra a liberdade de expressão, o que faz sentido no meu ponto de vista, mas não se pode negar que a decisão minimiza a profissão.
Bem, na verdade, talvez não.
Eu li esses dias uma coluninha no jornal da cidade, o Jornal Agora, em que o cara lá, jornalista (que por sinal, fez questão de listar toda sua formação no final da coluna, talvez querendo dizer que só por isso, sua opinião fosse mais relevante), alega que o jornalista deve ter formação superior, porque o curso de Jornalismo tem disciplinas que tem por objetivo capacitar o formando a organizar informações, disciplinas que debatem a Ética, e blá blá blá.
Mas qual a importância dessas disciplinas? O universitário não se torna uma pessoa com ética e moral acima de julgamentos só porque cursou tais disciplinas e recebeu nota acima de sete para conseguir o diploma. Não é uma disciplina na faculdade que torna uma pessoa capaz de absorver e definir que informações são ou não são significativas. O que define isso é a ética e a moral do cidadão, estas que, por sua vez, não são construídas em um semestre ou um ano, baseadas numa disciplina de universidade.
Acredito que a exigência de um diploma na área do jornalismo para trabalhar efetivamente nos veículos de informações, vai continuar sendo uma valoração da capacitação profissional do sujeito. Existe uma cambada de gente sem emprego (inclusive eu), que procura um lugar em qualquer lugar minimamente digno no mercado, e a seleção dos profissionais é, e vai continuar sendo, cada vez mais baseada na formação do candidato. Isso quer dizer: jornalistas, não sensacionalizem (mesmo que isso seja da natureza de vocês)! Vocês vão continuar tendo seus empregos, e os estudantes de jornalismo vão continuar um passo à frente dos rélis mortais sem formação superior na busca do seu emprego na imprensa.
O que muda é que agora toda a opinião não precisa mais ser filtrada e manipulada, ou deixada de lado porque a imprensa não acha relevante divulgar. E a importância de um fato ou um ponto de vista não vai ser determinada pelo ponto de vista do jornalzinho da TV. Aliás, isso também vai continuar, porque a mentalidade da sociedade, sendo formados ou analfabetos, não muda com uma lei ou uma decisão do Senado ou da “Justiça” brasileira.
Eu fiz a disciplina de Ética Profissional ano passado, então eu sou uma pessoa absolutamente íntegra e meu ponto de vista é o ponto de vista que o povo merece ouvir. Minha opinião sobre os fatos é a visão que o povo precisa ter para compreender. Só depois de eu receber a informação, processa-la e formar uma notícia imparcial (imparcial, porque eu fiz a disciplina de Ética!), aí sim, o povo será capaz de compreender o significado das coisas, o comum sem formação superior será capaz de absorver os fatos que correm pelo mundo.
Isto foi uma ironia. Da minha parte.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Informativo de situação de vida.

Textos em breve!
Não sei quando nem sobre o que, mas espero ter ao menos um texto por mês aqui no blog.
Nenhuma expectativa de internet em casa tão cedo, e parece que a cada dia minha rotina se torna mais cheia de bagulhos pra fazer e com o que se preocupar. Não que isso seja uma novidade muito boa, mesmo que sedentarismo não é saudável, perder os míseros contatos com o resto do mundo que não se restrinja à península rio-gradina [mais especificamente a casa na BR 392 onde moro] e de vez enquando com os coleguinhas de universidade, mais a mísera liberdade de expressão sem o risco de sofrer ataques físicos imediatos que a internet oferece, não ter internet na rotina passa a transformar minha vida na mais insignificante possível.
Mas estamos aí, ainda estou tentando ennxergar benefícios nisso!
Putz, nem no futebol tem coisas muito legais pra se dizer...
Abraços, e até o próximo esperançoso post!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Relatividade das Imprensas de Massa

È engraçado ver a abordagem da mídia diante de uma repressão violenta, dependendo do lado em que se defende.
Vi hoje o tom "recriminativo" com que a imprensa que domina o Brasil tratou a violência do governo iraniano com as pessoas que protestavam alegando fraude na eleição iraniana. Ok, opressão nunca deve ser apoiada. Mas espere aí, quando a violência é oprimindo algum protesto amargo contra os que a imprensa encobre, tais notícias são tratadas com impassividade. Quantas vezes já vimos noticias mais monstruosas e que atingem tão mais diretamente nossas vidas, que não foram tratadas com a mesma "militância" pela imprensa, se bobear, passando muito batidos pelo noticiário.
Cuidado com as notícias, cuidado com a parcialidade sutil da imprensa, que isso sim molda suas opiniões sem você nem perceber, e aí é o passo para reproduzir os pensamentos que governam desigualmente nossa sociedade.
Eu não tenho posição quanto à situação do Irã, e nem conheço a posição política de cada candidato de lá, só sei que não se deve formar uma opinião baseada no ponto de vista e nas insinuações das imprensas de massa. Não é pensamento conspiratório, só não enxerga quem não quer que as imprensas de massa trabalham para o lado mais inclinável, em todos, ou em algum aspecto para a reprodução social e ponto de vista conveniente.
Quando a imprensa reivindica a liberdade, é a liberdade de ela dizer o que quer para as grandes massas, e não liberdade de expressão. A liberdade de imprensa só aparece sendo reivindicada quando a imprensa de massa, por alguma forma radical, é silenciada, ou proibida de dizer tudo o que quer que você acredite.
As opiniões diversificadas e a imprensa alternativa, que pode te dar vários pontos de vista e você decidir qual defender e acreditar, essa vive reprimida, e não consegue vozes para ser ouvida e reivindicar à liberdade de imprensa que esqueceu dela.
E aí, tudo cai no círculo vicioso. Até mesmo você. E eu.

Hoje a gente vê todas as críticas a governantes que não são coniventes com o sistema vigente. Ouvimos falar de tudo de mal que eles fazem ou dizem que pensam. E todos aqueles que são os "figurões" da "boa-mocice" e do capitalismo, sempre aparecem na postura honesta, justa, cobertos de sensatez e racionalização.
Isso não é coincidência. Dá pra ver num exemplo simples e chulo, como nas notícias esportivas, a parcialidade com que a informação é transmitida pelas imprensas de massa. E será que a parcialidade só se restringe a isso? Será que os times de futebol de São Paulo e Rio de Janeiro são mesmo os melhores e mais fodões e perfeitos? Será que Evo Moralez e Hugo Chávez são tão monstruosos assim? E será que Sarkozi e Obama são tão moralmente superiores assim?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Atualizando, literalmente

Comecei a ler um livro tri bom, se chama "Os Sete Saberes Necesários à Educação do Futuro", do autor Edgar Morin. Mas antes que alguém pense que esse é um post sobre faculdade, educação ou Geografia, não não.
Realmente, o livro se trata de reflexões sobre os caminhos que a educação deve seguir para se transformar para mundo moderno, mas o que o autor menos fala é sobre sala de aula ou conteúdos. Ele argumenta que a educação do futuro deve ser voltada para o pensamento coletivo, sem descartar o individual, compreender o global e tal. O mais interessante são os argumentos que ele usa para discorrer sobre o assunto. É uma leitura que acrescenta a qualquer um que se dispor a ler. Infelizmente, eu tive que ler na obrigação de terminar a leitura em 3 ou 4 dias para concluir um trabalho, e fazer resumos sobre os capítulos, aquela coisa chata, mas quem tem a oportunidade de ler sem a obrigação, é uma reflexão acrescentadora.
Eu tinha escrito um texto, numa aula suuuuuuper interessante de Geografia Agrária, um texto sobre a rotina do frio, mas não ficou tõ legal quanto eu tinha imagnado que seria a uns dias atrás. Mas apesar de tudo, provavelmente um dia postarei esse texto no blog porque a escassez de assunto e de acesso à internet não me permite ser muito seletiva quanto a atualizações do blog.
Então, por enquanto é isso.
Não tem sido tão ruim ficar sem internet. Eu fico mais é sem orkut mesmo, porque na FURG só dá pra acessar páginas de relacionamento em horários específicos em que geralmente não estou lá. Só é chato por perder contato com algumas poucas pessoas boas e ficar sem saber o que andam falando de mim [lendo isso, você pode achar (e com certeza, os mais faladores acharão) "oh, como ela se acha", mas por mais incrível que pareça, as pessoas adoram falar o que não sabem sobre a minha pessoa, minha vida e minhas atitudes], além de rir um pouco de besteiras que a gente encontra por comunidades orkutianas da vida.
Por outro lado, é bom ficar sem internet pra não recorrer o tempo todo ao Gooooooooogle, e ter de visitar a biblioteca da FURG mais vezes.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vegetarianismo e a produção capitalista da soja: desmitificando uma das justificativas “nobres” do vegetarianismo

Bem, agora vou ter que escrever em papel mesmo, porque vou ficar sem internet, e devo aproveitar os dias com acesso nom textos prontos, para manter o blog minimamente atualizado. Então, aproveitando um momento raro em que eu não preciso fazer nada, tomo vergonha na cara e tento construir um texto com algumas idéias guardadas no celular. [obs.: meu celular nada tem ultra-moderno, só escrevo nas mensagens mesmo]

O primeiro é uma idéia simples, mas que coloca em cheque a questão do vegetarianismo, em algum ângulo.

Certo, eu não sou defensora da carne, até porque considero que é muito trabalhoso mastigar uma carnem e sua gordura tem textura de lesma [animal que tenho a mais profunda aversão], mas é apenas por isso que não como tanta carne, mesmo sendo gaúcha e apreciando o memento de um bom churrasco com a família e/ou amigos. Mas eu sou defensora da honestidade e defensora da lógica, mesmo que ela seja dura de acompanhar às vezes.
Os vegetarianos o são por motivos variados, dependendo da [maldita] vertente em que se está engajado, mas os que apóiam o não-carneanismo com o argumento de “pobres animaizinhos”, já estão quebrados, pois desde a sociedade de caça e coleta nós comemos carne, e isso não tem nada de macabro e é absolutamente normal na biologia r sua cadeia alimentar. Nosso organismo é apto a comer carne, e “se as vacas tivessem chance, elas comeriam você”. Só uma questão de extrema “sensibilidade” explicaria isso. Ah, não! Temos os anti-capitalistas [onde só esse termo me dá um nó na garganta e me crescem espinhos por todo o corpo]!
OK, não comeremos carne porque é produto de um capitalismo nocivo, explorador e, às vezes, nem dá tempo de a vaquinha ter felicidade na vida. E, além do mais, a soja é muito mais natural (?) e saudável!
Mas a soja, coitada! Ela também é obrigada a sofrer mutações genéticas para se tornar mais resistente para ser mais produzida para nosso consumo. E, pasmem nobres colegas vegans, ela é produto de um capitalismo intenso! [na verdade, você é o produto de um capitalismo intenso, mas deixa pra lá, vamos nos manter na lógica ilusória dos ditos “anti-capitalistas”]
Hoje, a soja é o produto mais exportado do Brasil, e as empresas que mais dominam as técnicas de cultivo, são as multinacionais. [e depois vêm me sacanear dizendo que cursar Geografia não serve pra nada, hum!]
Então, que justificativa moralmente nobre é essa de “eu não como carne porque sou anti-capitalista”, e vai ao supermercado, ou em lojas naturebas para manter o status, encher seu carrinho de compras com produtos a base de soja?
Isso sem nem ter considerado, também, a mentalidade discriminatória em dar mais valor a uma vaca do que a um “pé de soja”. É um pensamento nazista, veja só: porque a soja e não a vaca? A justificativa mais comum [da porção “coitadinha da vaca”] é pela soja ser “inanimada”, mesmo estando viva; os nazistas chamavam os deficientes físicos de “inválidos, improdutivos”. Algumas doenças e acidentes deixam o indivíduos afetado tetrapégico, deficiente, e, pasmem, muitas vezes se encontram em estado “vegetativo”, inanimados. Ou seja, nada justifica que a soja seja mais insignificante que a vaca, só o pensamento nazista.
Não estou aqui tentando “desmerecer” a opção de vida vegetariana. Como disse, não sou do “movimento pró-carne” e muito menos sou contra o vegetarianismo, só estou a favor da lógica e vivo na tentativa de abolir de minhas idéias e vida o máximo de hipocrisia possível, mesmo já tendo constatado que muitas hipocrisias e cinismos são indispensáveis nesse mundinho de hoje em dia. Respeito e honestidade são as palavras chaves para um mundo melhor.
Eu estava estudando Geografia Agrária quando constatei essa incrível semelhança entre a produção de soja e a pecuária comercial. Sinceramente, não sei de onde ou porquê me lembrei do vegetarianismo, e anotei no celular “vegetarianismo e a produção capitalista da soja: desmitificando uma das justificativas “nobres” do vegetarianismo”.
04/05/2009, 16:59h

Esse texto tem alguns requintes de ironia, ou talvez não seja essa a palavra que defina melhor o tom usado. Então, sem moralismos, por favor.

domingo, 3 de maio de 2009

Vagoneta vagando.

Hi! I don't speak english!


Torci o dedo jogando vôlei no sábado passado (ontem), não sei o que aconteceu ainda porque não fui no médico, tô enfaixada "caseiramente".

Nesses ultimos tempos que não tenho postado aqui, andei tendo alguns "flashes" interessantes, mas tá dificil de conseguir tempo. Um bando de trabalhos pra fazer, e o tal Deus anda me castigando por tentar ser uma pessoa correta, acho que é a única infração que venho cometendo nesse mundo.

Eu tento ser gentil, simpática, amigável, e só levo patada, êbelê!

Eu tento, tento, e me ferro.

Mas apesar dos pesares, por mais inacreditavel que pareça, nos ultimos, o que... três dias, não tenho me sentido tão "transtornada". Às vezes, parece que sinto prazer em não me relacionar com as pessoas que não me inspiram interesse, mesmo que reclame intimamente que elas não dêem importância mínima para a minha existência.

É bastante complicado, mas tenho chego à conclusão (que pode mudar com as experiências da vida) que o ser humano só é feliz quando tem algum tipo de contradição na mente, como querer ser reconhecida, mas sentir "prazer" em continuar sem reconhecimento. Algo como "eles é que estão perdendo, ha ha".

É, o ser humano também não vive sem um pouco de narcisismo.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Professores.

"Os meus exemplos de professores não foram muito bons até certa fase da minha vida, e hoje ainda não consigo distinguir a pessoa do profissional. Tive professores que conquistei com meu carisma e gostava deles, mas hoje percebo que estes foram justamente os que não acrescentaram muito em meu conhecimento. Os professores que tive desavenças ainda são os que mais me marcaram e tenho na memória guardados com a idéia de “professores não são pessoas legais”. Ainda tive alguns professores que, à sua época eram detestáveis, mas hoje admito que tenham boas intenções.
Duas professoras de Português, uma na oitava série, e outra no primeiro ano do ensino médio, marcaram nesse sentido. Eram rigorosas, uma delas diria até estranha, que na época (nenhuma criança gosta de ser repreendida por segurar uma caneta durante uma explicação) eram, aversivas, doentes, más e todos os adjetivos macabros que se possa dar. Hoje, eu reconheço que, além de Português, aprendi a ter disciplina, respeito, e aprendi a admirar cada pessoa como ela é (salvo exceções irreversíveis).
As professoras “legais demais” eram as adoradas na época, mas hoje, tendo um olhar mais crítico, percebo que com elas aprendi muito pouco, tanto em questões morais como em conteúdo escolar. De fato, a professora que mais me vem à memória quando penso nesse “estilo” (novamente, de Português), a única coisa que lembro de ter aprendido com ela foi que o “F” minúsculo tem “barriga”, e não “bunda”. As professoras “legais demais” me marcaram pela personalidade, mas não pelo profissional.
Por fim, enumero o grupo de professores em que eram (e muitos continuam) detestáveis e, não sei se pela minha aversão ou pela má “qualidade” mesmo, que não absorvi nada de conteúdo moral ou escolar com eles. Bom, de certa forma, aprendi a tentar não fazer igual. Esses professores traziam seus problemas pessoais na maneira e tratar seus alunos. Não era apenas “sua personalidade”, eram respingos da vida pessoal, da “TPM”, etc. Alguns não sabiam distinguir valores morais do comportamento (que muitas vezes é impulsivo) dos alunos, e falavam atrocidades aos meus colegas, como se esses fossem um assombro de falta de humanidade. Um professor meu chegou a chamar uma aluna de “ignorante” por ela não conseguir ver atrativos em Literatura. Uma evidência do impacto desse comentário em mim é que esta aluna era absolutamente detestável, e ainda assim, fiquei pasma e com aversão a este professor.
Hoje, acredito que a chave para ser um bom professor é conseguir assimilar com harmonia a sua personalidade pessoal com seus objetivos e conhecimentos profissionais. Não adianta ser um professor estilo “super legal” e não conseguir transmitir/produzir conhecimento ao aluno, assim como não adianta manter o profissionalismo extremo sem agregar ao trabalho o seu toque pessoal e de interatividade. E, conciliar com isso, a necessidade de não confundir as “duas vidas”, pessoal e profissional, para não atrapalhar a relação e o processo de conhecimento dos alunos; separar personalidade da vida pessoal, e separar profissionalismo de uma relação ditatorial, vertical."


Texto pra disciplina de Didática, escrito dia 10/04/2009. Oooops, não, acho que foi escrito alguns dias depois, mas tem aquele "migué" de colocar a data uns dias antes para parecer um aluno dedicado ;)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Arrombo filosófico"



20:50h, 09/04/2009




Hoje eu olhei pra lua. O céu estava claro, lua cheia, com algumas nuvens navegando na imensidão azul-escura da nossa visão do Universo. E por incrível que pareça, percebi que nada disso é obra divina. Tudo é desconhecível demais para definirmos uma causa, e talvez não haja problema nenhum em admitir isso, e apreciar a imprevisão da vida.


Imaginei um dedão intrometido atravessando nossa atmosfera para nos manipular, e achei graça. Olhei para as pessoas na rua e constatei que elas são biológicas e, pela primeira vez na vida, não senti medo de ser biológica, e nem de um dia me tornar adubo para o solo.


Foi um momento muito especial porque, por alguns breves segundos, senti compreender o sentido da vida. Mas agora, isso já se foi, e lamento informar que não possuo mais a resposta para esta pergunta.


Não é fácil controlar nossa mente, até porque, a maioria nem tenta. Talvez porque não precise, ou porque nunca pensou nisso. A capacidade de pensar traz benefícios, mas também complexos e complexidades que tornam tudo o que é óbvio em uma incógnita, tudo o que é belo em divino, e tudo o que é simples em definições finitas.


Foi legal, porque fazia muito tempo que não tinha lapsos filosóficos tão legais, e que me liberassem tantas idéias. Que fizessem a caneta correr sobre o papel de forma tão clara. E também, me senti abolutamente viva, com a sensação de que qualquer coisa é superável, e que tudo é muito simples em sua complexidade. Não senti medo de "Deus" e nem necessidade de que um existisse.


Depois, subi no ônibus, onde estou, e voltei à minha posição de réles humana "evoluída", medrosa, e complexada.


21:10h








Eu estava na parada da FURG quando me veio esse "arrombo" filosófico. Meu celular estava descarregado, e entrei em pânico de não ter nada prático onde eu pudesse escrever o que estava pensando. Então, peguei o caderno e a caneta para registrar, algo que eu realmente não fazia a anos. Eu normalmente me sento na frente do computador e escrevo algo para o blog. Escrever numa folha de papel algo tão espontâneo, não me acontecia a muito.


Deixei de lado o "medo" de que o ônibus chegasse e eu pagasse o vale de levantar correndo, com o caderno e suas páginas voando, subisse no ônibus e tropeçasse como uma "abobada". Tudo para escrever em um papel. E incrível que o ônibus chegou, e consegui fechar o caderno com tranquilidade, fazer sinal pro ônibus e subir sem nenhum constrangimento. Mas claro, antes dele chegar, uma folha voou do caderno e eu, com os fones de ouvido, nem vi as pessoas me chamando para devolver a coisa. "Valezinho" básico. E ainda fui absolutamente sem noção ao pedir para sentar no lugar vago da janela, ao lado de uma moça que estava com a perna engessada. Mas na minha imaginação, essa cena seria bem pior.


terça-feira, 7 de abril de 2009

Nada.

Eu li nos meus rascunhos que eu precisava escrever sobre o medo aqui. Mas tem se tornado difícil escrever sobre os assuntos sem entrar numa perspectiva pessoal, onde o que se torna explícito são os meus problemas em específico, e não o assunto em si.
Se eu fosse escrever sobre o medo, escreveria como ele atrapalha a minha vida, e não o que é o medo e o que ele causa, em sua essência. Acho que essa minha dificuldade tem se dado pelo pouco tempo, pela pouca paciência, e porque creio ter entrado em mais uma daquelas fases em que penso que "é mais fácil viver sem pensar muito, então, foda-se minha consciência, vou mais é viver".
Isso tira um pouco a minha "criatividade" em escrever textos, porque já não tem mais sentido questionar, nem criticar. Todo mundo tem seu ponto de vista, e nada do que o outro pense vai mudar algo, realmente. Então, acabo guardando minhas concepções pra mim mesma, pra não incomodar os outros. Em parte, porque em muitas ocasiões eu gostaria que as pessoas guardassem suas concepções para elas mesmas e não fizessem questão de compartilhá-las comigo.
Nossa cabeça fica muito perturbada com os zilhões de informações diferentes que recebemos a cada dia. Só com os nossos pensamentos e nossa formação, já ficamos cansados e confusos, imagina com os outros "metendo a colher" na nossa cabeça! Se já é uma atividade bastante complexa organizar nossos pensamentos, pior ainda é tentar conciliá-los com pensamentos diferentes. É de fode*.
O meu "escrever sobre o medo" seria mais uma pergunta de como lidar com o medo, e distinguir o que traz medo e o que nós transformamos em medo. Não seria como discorrer sobre "medo".
Seria como relatar como o medo me consome, e como odeio isso, e tentar dimensionar pras pessoas o quanto isso me incomoda, e o quanto luto, ou tento lutar para que eu transforme muitos dos meus medos em fatos racionais, em que não se precisa ter medo.
Isso porque eu acho que ainda não tenho um objetivo traçado na vida. Aliás, nem sei se deveria, ou se é preciso ter um.
Então, compreendem? A coisa toda ia se tornar mais um texto sobre Transtornos de Ansiedade, e não iria acrescer em nada, o pouco que algum texto daqui possa acrescer na vida de alguém.
Esses assuntos devem ser tratados numa psicóloga, e não em um blog.
Quem sabe, a minha fase de "não adianta falar" passe, e eu volte a falar sobre as coisas repetitivas, revoltadas e repugnantes que costumo falar.
Até mais ou menos.

sábado, 4 de abril de 2009

100 anos de Glórias.


Ah, Colorado!

Não resta nada escrever aqui. Tudo já foi escrito com suas glórias, seus troféus. Me resta declarar meu amor por ti, que muitas vezes nem eu tenho dimensão do quão é grande.


Meu pai é Colorado, meu irmão é Colorado. Desde pequenininha, eu via meu irmão se debater no chão com alguma derrota, gritar desesperadamente com as muitas glórias, e aquilo apenas me assustava. Eu era colorada só "no sangue", mesmo.

O que eu me lembro é que lá com uns doze anos, eu tive uma fase de ouvir alucinadamente os jogos pela rádio Gaúcha, lá no meu quartinho, sofrendo escondidinha. Com a chegada da adolescência, isso passou. Todo mundo sabe como é ser adolescente. Nos homens, essa fase pode até aflorar o futebol, mas com guria, isso muito dificilmente acontece.

Então, eu me lembro sentir Colorada, lá por 2004. A vida não andava lá essas coisas, e a gente sempre arruma o que se distrair com o futebol. Daí em diante, só foi crescendo meu amor, de fininho.

Eu não demonstrava muita paixão. Nunca tive muita grana, então nem camisa do Inter eu tinha. Meu irmão achava até que eu era gremista, vivia me enchendo o saco com isso. Aí veio a Libertadores, e o Mundial. Eu nunca vou esquecer do dia do Mundial. Eu fui fazer uma prova pro CTI (Colégio Técnico Industrial), fiz o máxio para parecer Colorada: blusa vermelha, bermuda branca e All Star branco. 9:30H, era o horario mínimo pra sair, bateu no relógio e me fui. Cheguei na parada quase 10h, o ônibus não chegava nunca. Eu escutava foguetes e não sabia se eram meus parceiros ou os secadores, batia o desespero. Quando começaram a passar carros na Av. Itália, com bandeiras, buzinando, eu não sabia o que fazer. Queria abraçar qualquer um que estivesse na parada, queria gritar, pular! Mas precisava me manter uma pessoa civilizada (¬¬).

Me perdoem as amigas gremistas que tenho, mas tinham duas PUTAS na parada falando merdinhas, que eu tinha cada resposta venenoza pra largar... mas não, a civilização! "Coitadinhas, nem sabem o que é futebol, nem eram nascidas quando o timinho delas ganhou a Intercontinental... deixa, tadinha".

Quando chegou o ônibus, subi; quando ele chegou na vila, já vi a festa, então, desci direto no meu pai. Cheguei lá e me agarrei no mano e desatei a chorar, chorar, chorar, que só de lembrar, já me dá vontade de chorar de novo, o pai fazendo a barba, fui lá abraçar ele, e começou a chorar também. Aí o mano me disse "porra, só tu pra fazer a gente chorar mesmo! Agora dá pra ver que és Colorada!". Foi um dia lindo, inesquecível, e ele vive na minha memória, porque eu VIVI, saca?

Bom, temos ainda a revolta do campeonato Brasileiro roubado de 2005, tem os Gauchões. E ah, a Sulamericana.

Por revolta do destino, namoro a um ano e meio um gremista que amo demais, e fui assistir a final da Sulamericana na casa dele (não me pergunte o porquê). Quando acabou, me agarrei no pescoço dele e chorei, sabe, eu estava puta feliz, não tinha com quem dividir. Bom, nem preciso contar que a noite foi um pra cada lado da cama, ele emburrado e eu com um misto de alegria e raiva pela incompreensão dele.


Nossa, são tantos sentimentos, tantos momentos e sensações. E não me abalo, não com as derrotas. Seres humanos são falhos, como sempre digo, e o esporte está aí para nos dar alegrias, e não mortes e mais uma coisa com o que se preocupar.

A fase é boa, mas mesmo que fosse ruim, já vivi o suficiente para AMAR esse clube, sua história e seu futuro.

E aos comentários maldosos que surgem na cabeça de alguns, até os Colorados que já se foram, antes do Mundial, também morreram felizes com as vitórias extraordinárias de 70.

E quanto a outros comentários maldosos que não merecem ser lembrados, aqui vai o meu consolo! A consciência é de cada um!



Feita essas ressalvas, e contado a minha história junto a esse clube, o que mais posso dizer?

Ah, fui ao Beira-Rio dia 03/11/08, não tinha jogo, mas moro muito longe de POA e foi a única oportunidade que tive de conhecer o Gigante, até o momento.



Celeiro de Ases (Nélson Silva, 1957)

Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil
É teu passado alvi-rubro
Motivo de festas em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo à torcida alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo do Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Utilidade Pública - 1

Graças ao blogueiro Leonardo, conheci uma ferramenta que eu pretendia que aumentasse meu ego, que consistia em um relatório sobre as visitas do blog, o Google Analytics. O fato é que essa ferramenta não inflou meu ego como eu gostaria, mas descobri que meu blog era indicado em pesquisas do Google sobre alguns assuntos, como por exemplo relacionados à Geografia (uma prova minha que publiquei aqui ano retrasado).
Sendo assim, alio ao fato de eu não andar com muito tempo de dedicar momentos exclusivos a escrever para o blog, e vou postar aqui, de vez enquando, algumas resenhas, resumos, fichamentos, trabalhos, e sei lá o quê mais, que possam interessar alguns desesperados por pesquisas na internet, e pra encher linguiça no blog, mesmo!
Ah, e aviso aos poucos que visitam o blog com alguma assiduidade, que achei esse texto péssimo, e concluo que dediquei mais tempo a ele do que ele merecia.




Resumo do texto de Pura Lúcia Martins, “O campo da Didática: expressão das contradições da prática” - Disciplina de Didática - Geografia - FURG/2009

"Primeiro, a autora deixa bem estabelecido que o ponto de vista que ela segue é de que a teoria vem da pesquisa e observação da prática. Sendo assim, o estudo da Didática deve se ater a discussões que tragam as “justificativas” da situação escolar, mas propõe discussões ativistas, que tenham o intuito de transformar através da prática, não tratando o estudo da Didática como um “guia”, mas como um retrato literário da realidade.
Argumenta que o alicerce para uma boa educação são os aspectos das relações sociais, oriundas do modo de produção vigente e das situações que este impõe. Didática é “expressão de uma prática determinada num momento histórico determinado”.
Ela discorre sobre a história da Didática no Brasil, os marcos políticos que influenciaram na compreensão da Didática pelos professores, explicitando a influência social na educação.
Destaca o período pós 1964, de ditadura, onde a educação era vista de forma sistemática a propiciar o investimento social e individual, uma escola centrada e voltada no momento político-econômico, ou seja, a serviço do Estado. “A racionalização do processo aparece como necessidade básica para o alcance dos objetivos do ensino”.
Cita também o fim do período de ditadura, a iniciativa popular, as lutas entre classes, onde o objetivo maior passa a ser evitar que o aluno mais pobre abandone a escola. E aqui, novamente o contexto político-social interfere no papel da Didática. O sentimento de mudança, a vontade de agir e transformar das classes oprimidas e assalariadas dá um papel mais crítico à educação; A avaliação da prática e metodologias na escola.
A partir desse momento, a autora especifica o pensamento de alguns autores, que admitiam a prática baseada na teoria, com o princípio de que a educação se dá num processo de transmissão/assimilação ativa de conhecimentos, e aqui se exemplifica bem essa ideia no parágrafo quatro da página 591:
“As propostas de uma pedagogia crítica desses grupos acentuam a importância de estimular uma consciência crítica e uma ação transformadora pela transmissão-assimilação ativa de conteúdos críticos, articulados aos interesses da maioria da população. Entendem que uma formação teórico-crítica sólida garantirá uma prática conseqüente”.
Também apresenta a linha de pensamento de grupos mais radicais, que priorizam a ação nos processos de produção do conhecimento, ou seja, na prática. Uma mudança nos paradigmas dentro da escola, nas relações sociais que englobam a prática do ensino. Inutilizam o “eixo” da transmissão/assimilação e tratam de uma “sistematização coletiva do conhecimento”, considerando os diversos saberes empíricos dos alunos e contexto e relações sociais.
A autora compacta esses momentos sociais que refletem na Didática em três aspectos distintos: 1984/88, traduzido como “dimensão política do ato pedagógico”; 1989/93 com discussões centradas na “organização do trabalho na escola”; e no período de 1997/2000 como “produção e sistematização coletivas do conhecimento”. Percebe-se uma evolução no pensamento sobre a Didática e na influência da educação na sociedade.
Na penúltima parte de seu texto, Pura Lucia apresenta suas conclusões baseadas na concepção da “teoria como expressão de uma ação sobre a realidade”, em alguns princípios:
“Da vocação prescritiva da Didática a um modelo aberto de construção de novas práticas”, um incentivo ao professor criar e produzir novos conhecimentos para transformar a pratica, na prática;
“Da transmissão à produção do conhecimento: pesquisa-ensino, uma unidade”, onde se substancia o ato de produzir novos conhecimentos e crescer junto com o aluno;
“Das relações hierárquico-individuailtas para relações sociais coletivas e solidárias”, aqui propondo uma quebra de padrões hierárquicos e argumentando que com relações sociais saudáveis, amplia-se o campo da educação;
“Da relação conteúdo-forma numa perspectiva linear de causa-efeito, para uma perspectiva de causalidade complexa”, que é resultante da concepção anterior, que rompe com o constrangimento hierárquico, vertical, e adota um resultado mais amplo e diversificado;
“Do aluno sujeito individual, para o sistema ideológico individual do aluno”, que acentua a individualidade em prol do coletivo.
Em sua conclusão, a autora traz a expressão “aprender a aprender” como sendo o novo objetivo da Didática. Transformar o aluno num sujeito intelectual, capaz de absorver as idéias existentes, as ferramentas e competências, e criativo, produzindo novas idéias. O incentivo ao aprendizado de forma com que o aluno expresse suas questões e cresça intelectualmente. Sucinta isso como a prática social historicamente vigente.Ainda completa afirmando que o novo desafio da Didática é conectar-se com outras práticas sociais, para estabelecer o ensino como um caminho social saudável."

terça-feira, 24 de março de 2009

Justificativa [inútil]

Por mais incrível que pareça, ando com MUITAS idéias e com pouco tempo para discorrê-las.
Enchi o saco de escrever no celular, e depois complementar aqui, dá muito trabalho escrever no celular, mesmo com a previsão de texto.
Esses dias no ônibus, eu estava extremamente chateada com problemas pessoais, o corno do motorista só parou quando eu quase me atirei na frente do ônibus, e aí, pra complementar, tinha uma praga de uma criança que soltava gritinhos estridentes de 2 em 2 minutos. Coloquei meu mp3 no ouvido, no máximo que ele alcança (que não é muito), um punk rock nervoso e grudante, e ainda assim, se ouvia os berros. A cada grito, eu fechava os olhos, suspirava, suspirava de novo, me controlando pra não levantar do meu banco, ir até a criança, pega-la dos ombros, sacudir, e gritar na cara dela "CALA ESSA BOCA, SEU DEMÔNIO MALDITO".
Essa situação me fez refletir, ainda no ônibus, o quanto guardamos nossas sensações pra nos mantermos "sociáveis", e isso afeta unica e exclusivamente a nós, que vamos guardando todos os sentimentos [os de euforia, por não sair pulando de felicidade pela rua, os de fúria, por não gritar e chacoalhar alguém que te perturbe], tudo se transforma em estresse, em ansiedade, até em depressão, enquanto aqueles que iam te condenar se pulasses pela rua a cada alegria, ou gritasse com alguém a cada nervo estourado, estão lá, vivendo suas vidas e rindo da cara dos outros.
Mas eu ainda tenho esperança de que lá no fundinho, esses pessoas sintam o mesmo vazio de não expressar suas emoções.
Então, também pensei em escrever sobre mentiras e verdades, sobre esquis(z)ofrênicos da sociedade, sobre pessoas escrotas, sobre elos de amizade perdidos, e ainda achei no meu celular, um esquema de um texto sobre esses radinhos que rolam por aí, sendo que já foi inventado os fones de ouvido, esse esquema guardado a meses no celular.
Mas não ando com tempo pra escrever "legal" sobre essas coisas. E também me desestimula quando leio meus textos e sinto meio repetitivos. Mas mais é o tempo mesmo. Esse ano, os professores acham que só temos a disciplina deles, e cada um passa zilhões de textos pra ler, resumir, fichar. E o pior, esse ano, não estou me adaptando ao curso =S
Buenas, uma hora vai.

quinta-feira, 12 de março de 2009

¿Quién educó, su mente enajenada?

É tão profundamente irônico, me remete uma mistura tão estranha de comédia e tragédia quando vejo "punks" condenado estética, criticando pessoas que andam "na moda" (lê-se simplesmente ter a opção de usar uma roupa inteira, uma calça jeans, uma camisa e um tênis, minimamente limpos e inteiros), basicamente condenando quem se arruma, digamos, "de propósito", e aí, tu sai na rua e vê esses mesmos tão profundamente entendedores e críticos sociais absolutamente vestidos como o "padrão" desejado do punk, passam horas preparando a meleca que resolvem colocar no cabelo, e mais algumas horas "esculturando" seu moicano "crítico", "chocante". E ainda têm exatamente o mesmo tipo de diálogo que as pessoas "normais", "domesticadas", mas com termos específicos, tipo "cara, meu moicano é feio de clara de ovo, tu coloca assim e assado, e aí deixa brotar uma flor, e depois cria uma lagarta pra comer a flor e ficar assim".
E eu ainda tenho que aguentar fingir liçõezinhas de moral, papinhos DOMESTICADOS (que é a mais jovem palavra que ouvi para definir um "não-punk") sobre atitude, sobre pensamento crítico e blá blá blá. Acho até curioso ouvir o que eles têm a dizer. Me impressiona a cara-de-pau, de julgarem que os "normais" não criticam nada, aceitam tudo, e não param para avaliar suas próprias atitudes. Sempre prontos pra dar uma definição chula, ofensiva para a vida do outro, e não olham pras suas próprias vidas. Sempre dispostos a "criticar" ignorantemente a vida, as atitudes e pensamentos dos outros, mas sem ter capacidade de receber uma crítica e PENSAR a respeito.
Eu já cansei tantas vezes de falar sobre isso. Já cansei tantas vezes de discutir, me estressar sobre isso, mas vira-e-mexe, estou aqui, precisando explicitar meus sentimentos, que não sei definir como desprezo ou desespero, diante de declarações "perfeitas", de verdades "absolutas", contaminadas de pura hipocrisia, aquele discurso de "não tenho a verdade absoluta, mas se não concardas, és um bosta, um 'domesticado".
Me dá graça de ver a ignorância desses "senhores" da lógica, da teoria, da crítica, da vida.
Depois, me dá raiva de ver que ainda (e creio que sempre) existem pessoas com a mentalidade tão tacanha, mas o que é pior, se ACHANDO diferentes, e até melhores.
E por fim, eu sinto desesperança. Sinto desesperança de ver que as pessoas estão cada vez mais alienadas, quando mais fica evidente que elas estão aliendas, mais elas procuram uma justivicativa, uma maneira de se sentirem fora dessa massa de manobra, e acabam se alienando para não se alienar. Uma fuga alienada.
Mas no fundo, o mundo ainda têm pessoas, que não precisam dizer, mostrar que são e pensam diferente. Elas simplesmente são e fazem. E nem precisam ouvir punk rock.
Digo, tenho consciência que esse texto é repetitivo, até me sinto incapaz de tão repetitivo que alguns textos são aqui. Mas este é um blog pessoal, então, o que surge aqui são assunto que estão mais pertinentes em meus momentos. Muitas vezes são baseados em discussões em aula, em debates no orkut, ou com amigos. "I’m a product of my environment. So don’t blame me, I just work here."
[Nossa, até vou colocar esse parágrafo na descrição do blog!]

quarta-feira, 4 de março de 2009

Desordem organizada?

Não sei, eu acho que até tenho tempo de ficar mais na internet, mas nos últimos dias eu fiquei um tanto quanto alheia a navegadas.
Ontem, no ônibus, pensei em escrever alguma coisa, mas esqueci o que era. Acho que era algo referente a minha opinião sobre alguma coisa aparentemente inútil a olhos comuns, mas definitivamente esqueci o que era.
Ah, lembrei! Era algo referente à ordem social. Se não me engano, eu estava estruturando muito bem um texto para escrever aqui, mas algum inseto atraente deve ter feito eu perder a concentração. Mas me lembro da ideia.
Eu queria especificar como seria o balanço perfeito entre a ordem e a desordem. Porque eu fiquei pensando "uau, eu sou muito confusa mesmo. Sou toda revoltada com normas e regras injustas, com limitação de pensamento e compreensão, mas ao mesmo tempo sou tão radical com certas coisas quando estão 'fora do lugar". Acho o fim da picada te olharem atravessado por se vestir de forma diferente, ou de forma semelhante, tanto faz, e abomino atitudes vistas na sociedade como "revolucionárias", "livre expressão". É algo como "sou contra a opressão, mas condeno certas expressões de liberdade".
Então, eu achei necessário definir essas coisas todas, não que eu tenha a presunção de que isso interfira na vida de alguém, mas para minha própria consciência e para deixar minhas ideias e opiniões minimamente em ordem, e aproveitar pra atualizar o blog.
A questão, é que todo texto bem estruturado que vinha se formando, se perdeu em uma viagem de ônibus, então, apriori, só posso expressar aqui um esboço simples que faça sentido para justificar minha cabecinha no meio do caos, tentando ter lógica (uma lógica que, talvez, ninguém tenha, e eu ainda me mato tentando construir uma). Sendo assim, lá vai:
O fato é que, ao menos a organização social que temos hoje não é boa. Não sei se seria possível um sistema justo para todos, mas se não pensarmos nessas hipóteses, não haveria esperanças e mudanças.
Penso que a ordem social de hoje é absurdamente nociva e maligna, já que os padrões que estão aí, estão aí sem que muitos percebam que se tratam de padrões, e o pior de tudo, sem que muitos, ou a grande maioria, perceba que essas situações deturpam não só a nossa vida capitalista, se sermos fodidos em não poder ter um plano de saúde decente por ser pobre, de a grande maioria não ter uma alimentação decente, que fica de bônus pra quem tem mais poder capitalista.
Não, não é só nisso que interfere, e somente isso já é uma prova e um incentivo a necessidade de mudar as ordens. Interfere no nosso psicológico, de um modo que nós deixamos passar sem perceber. Nos tornamos automáticos, robotizados, absolutamente racionais (uma racionalidade em termos, porque a razão acaba por si só sendo moldada pela situação), nos tornamos nervosos, doentes, impacientes, e práticos. Esquecemos de pensar propriamente. A vida se torna cada dia ais incerta, mais imediatista, mais curta, que pensamos só em aproveitar do jeito que está, mas acabamos por aproveitar o que a ordem quer que nós aproveitemos. Deixamos de aproveitar uma paisagem, um sentimento, minutos de paz, porque já não já paz tanto fora, quanto no nosso interior.
Minha nossa! Eu ia só resumir em poucas palavras, e acabei desvirtuando toda a ideia. Mas não deixa de ter ligação, não não, só que pra retomar o "fio da meada" ficou complicado. Acho que deve ter sido isso que me fez tirar uma nota tão baixa na redação do vestibular!
Mas então, diante de toda essa interferência negativa subjetiva, invisível, e quase viciante, não se pode dizer que o que está aí está certo. Mas também não concordo que tudo seja desorganizado. Porque, quando se fala em "desordem", se pensa logo em um "pandemônio". Concordo com a ética, com o bom-senso, com o respeito, principalmente com esse, concordo com a paciência, com a compreensão, e com a justiça.
É um pensamento egoísta, às vezes, porque se penso que um muro fica mais bonito e confortável pintado de branco, eu já tacho de perturbador alguém que ache bonito o mesmo muro pintado com desenhos tortos e sem sentido (ou com sentido, varia de opinião), considere isso arte. Eu não devia pensar assim, e considero este meu pensamento uma ideia abominável, mas ninguém é perfeito, e tenho certeza que TODOS tem esse tipo de pensamento em alguma situação. Mas talvez a tolerância fosse a solução, os espaços para cada um, mas sem exclusão. Sei lá, não é só porque tu não curtes rock que tu vais deixar de ser uma pessoa legal, e que vá deixar de aprender algo com alguém que curte rock. Mas no momento em que tu quer curtir tua música, e o outro quer curtir seu rock, cada um tenha o seu espaço, sem aquele olhar atravessado.
Então, a frase que me vaio à mente aquela hora no ônibus foi: "talvez nem ordem, nem desordem social, mas uma desordem ordenada [ tenho de admitir que fiquei alguns minutos escrevendo uma justificativa aqui, porque não lembrava do termo que tinha pensado no ônibus que explicitava perfeitamente minha ideia, mas acabei lembrando - mais um parênteses para justificar minha sinceridade].
Nisto caberiam as diferentes idéias, opções, preferências, com uma ordem baseada no respeito. Talvez a capacidade intelectual de grande parte dos humanos não permitissem esse avanço, mas tenho esperança de que somos capazes de evoluir a esse nível, e mesmo que isso jamais aconteça, ainda temos tal capacidade.
Onde não seríamos obrigados a ver um muro com desenhos que consideramos grotescos todos os dias, e não precisássemos nos matar por considerar algo grotesco. Penso que todos temos o direito de gostar ou não das coisas, e isto não implica em preconceito. No momento em que vivemos, isso pode implicar, quase sempre, em preconceito, porque as pessoas são intolerantes com os outros e consigo mesmas. Alguns acham que as coisas tem que estar em uma forma, se não estas coisas estão condenadas, e outros acham que porque o outro não aceita suas opções, o outro merece ser condenado.
Mais diretamente, pode se pensar assim: "tal homem considera subversivo o homossexualismo, e acha que o homossexual não tem nenhum tipo de moral etc. e não merecem respeito", mas o homossexual em questão, muitas vezes é tão intolerante quanto, "ele não concorda com a minha opção sexual, ele é um ignorante, de cabeça fechada, homofóbico etc. e não merece meu respeito". Num caso de intolerância mútua, é compreensivel atitudes aversivas, mas pensando de forma tolerante e respeitando o espaço do outro, não há problema em um humano não compreender a opção sexual de outro, e definitivamente não querer ver certas situações que considere perturbadora, assim como um humano homossexual tem o seu direito de praticar sua opção, sem atropelar o espaço do outro. "Não compreendo, mas aceito e respeito".
Mais uma vez desvirtuei o assunto.
Então, a desordem ordenada seria a utopia do respeito e aquele papo de "cada um na sua".



Mas, como diz certa música célebre, que ninguém conhece:

"No fronteras, no banderas, no a la autoridad
no riqueza, no pobreza, no desigualdad
rompamos la utopía, dejemos de soñar
arriba el mestizaje, convivir en colectividad."

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Alôô, atualização!

Esse mês a "média" foi fraca. Adanva escrevendo uns três textos que prestassem por mês, e nesse eu nem tive muito tempo pra pensar em assuntos interessantes, ou complexos. Não, eu não estou trabalhando, e ainda estou de férias. Estou procurando emprego e com a cabeça atucanada em tentar procurar consolos, respostas e soluções para o meu psicológico abalado a alguns anos.
Também não tenho me arriscado muito no meio de críticas, porque ando com medo de expressar minha opinião, porque os "fodões" da política, da música, da filosofia, costumam ignorar, criticar sem o mínimo de educação, uma opinião que não seja embasada em no mínimo 6 livros sobre um assunto.
Mas ainda assim, vou tentar continuar arriscando, pelo menos por aqui. Posso estar errada em minhas opiniões, mas quem não está no mundo de hoje? Quem se arrisca a afirmar que sabe a absoluta verdade sobre qualquer assunto?
As pessoas estão sempre dando uma de "a situação é complexa", mas se julgam capazes de serem os entendedores de toda a "complexidade" do assunto, e terem uma opinião soberana. E o primeiro argumento para a crítica é "você nunca leu", "quem manda assitir a Globo, ou a MTV". Hã? MTV nem pega na minha casa! Globo? SÓ pega Globo na minha casa, e admito que uso tudo que sai dali para alguma coisa. Seja para o bem, ou para o mal. Como Hermione Granger disse em "A Ordem da Fênix", "é bom saber o que o inimigo está dizendo". Sim, inferno! Eu leio Harry Potter, e tenho convicção que foi uma leitura que não fundiu os meus neurônios.
Bom, então é isso, mais ou menos. Eu tenho bastante opiniões sobre o que anda acontecendo pelo mundo, mas acho que devo expô-las só depois que voltar às aulas e ler algumas coisas interessantes, para que os "entendedores" da vida não me julgem uma ignorante só por pensar por conta própria.


Ouçam. Eu não seria má com que frequenta meu blog.

http://www.youtube.com/watch?v=e0zfkkQtRUs&feature=PlayList&p=30B060BB7ABABA7F&playnext=1&index=8

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um jogo "insignificante".

Mentir é tão feio...
Mas tem suas consequências. A dor lá no fundinho não vai sumir, e se você não sente, uma hora você vai cair na real que ela existe.

Primeiro, era só um clássico pelo campeonato "regional". Depois que perdem, fazem um drama, colocam a culpa em deus (lê-se árbitro) e no mundo, se ofendem tanto que chegam a cogitar a possibilidade de "abanadonar" o campeonato. Um jogo tão insignificante que agora querem oficializar denúncia por um erro "fatal", "cruicial para o resultado da partida". Mas, uma partida tão insignificante! Por que tanta revolta?

Ah sim, os "injustiçados" gremistas! Aqueles que lutam "contra tudo e contra todos", aqueles que SEMPRE tomam no c* (com ou sem duplo sentido), e fazem de tudo pra saírem por cima (ou por baixo, depende da preferência).

Ah claro, o Grêmio foi superior ao Inter. Por que será? Será que foi por que cada vez que u jogador do Inter tocava na bola, recebia uma porrada que fazia a jogada parar? Ah, claro que não, isso é a "garra" tricolor! Cada um dá o nome que achar justo.

O erro de arbitragem mais "revoltante e significativo" para eles foi um impedimento mal marcado, que nem se sabe se resultaria em gol, já que o gol foi "marcado" depois do apito assinalando o impedimento. Existem os goleiros, sabiam? Ah, não, alguns esquecem de fechar as pernas.

Mas, claro, a expulsão de um zagueiro alteraria em absolutamente nada o histórico do jogo. A não-expulsão do último homem da defesa do time adversário não é um erro grave. Principalmente quando o time prejudicado tem dois jogadores de extrema velocidade, como no caso de Taison e Nilmar. Não, isso de modo nenhum falicitaria um contra-ataque efetivo do Internacional.

Depois de assistir a um jogo em que o time azul esqueceu da bola no 1º tempo, saem se julgando melhores, mesmo perdendo por 2X1, com um jogador que não foi expulso por erro de arbitragem, que beneficiou-os, sim, além dos jogadores com cartão amarelo que eram logo substituídos para não darem mais porrada, e correrem o risco de serem expulsos, e onde o time vermelho, mesmo com tudas essas adversidades que vao contra a prática de um esporte limpo, consegue superar suas dificuldades de escalação por um técnico gremista (pois o Tite tinha condições de ter escalado um grupo muito melhor), as dificuldades de um time rival composto por 11 carniceiros, e encerra o jogo com 2 a 1 em favor.

Hmmm, também teve a ida do saudoso goleiro Victor à área colorada no fim do jogo, para tentar desesperadamente um EMPATE contra o Sport Club Internacional.

E ainda querem que eu engula que eles só estão preocupados com a "Libertadores", que o gre-NAL foi só um "jogo-treino".

Mas, um conselho, é melhor se preocuparem mesmo com a Libertadores, porque talvez tenham de assistir a segunda fase pela SporTV, também. Quer dizer, talvez eles consigam passar pelo "poderoso" Boyacá Chicó e derivados, se não, vão ter que se contentar com o 10º (décimo) fracasso na Copa Libertadores da América.
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