Depois de um dia de desligamento com a vida real, o feriado do dia 1º, volta tudo ao "normal". Os mesmos problemas, as mesmas discussões, o mesmo tédio e a mesma dor nas costas.
O "ano novo" não é lá essas coisas. Nada a ver com esse slogan de "ano novo, vida nova". A vida se renova só com muito tempo, e eu não sei se vou ter saco suficiente pra vê-la se renovar. Apenas um feriado onde se bebe champagne, cerveja, vinho, espumante, smirnoff, essas coisas. E se come. Come muito. Alguns se divertem muito, outros por breves momentos e outros continuam na miserabilidade, sofrendo calados.
Eu, por exemplo, passei o dia na praia gargalhando e falando merda com o namorado, isso porque eu tenho um, a única coisa produtiva que me veio em 2007. Depois, volto pra casa, casa que fica nesse lugarzinho de merda que é o meu bairro, e junto volto pra rotina de críticas, de desconsiderações e de briguinhas chatas pelos mesmos motivos, caras emburradas de quem diz querer me ver feliz, mas não parecem nem um pouco satisfeitas quando saio pra me divertir.
O que esperar do ano novo? O que a gente pode esperar de uma troca de folhinha? Ah, a decoração da cozinha vai mudar, provalvelmente uma "pomba da paz" substituindo a biblia de 2007.
A paz, a paz que ninguém quer. Paz é utopia, a vida é uma utopia, mas estamos aqui, tentando e fingindo crer que as coisas existem e que somos pessoas de verdade.
Não temos mais um ano pela frente. Temos uma vida inteira pela frente e é nisso que devemos pensar, isso que queremos mudar: nossa vida, e não só 365 dias dela.
Mas mesmo assim, desejo 365 dias felizes pra vocês. Desejo uma boa vida a todos, mas como isso faz parte da cultura impositora chata em que vivemos, daqui a 364 dias, terei de renovar meus votos a vocês.