sábado, 3 de agosto de 2013

Se reconhecer é maior que o reconhecimento.

Como o ser humano é bobo...
(Dessa vez, não é nenhum texto crítico)

A gente fica todo "se achando" quando o nosso nome, nosso trabalho é lembrado. O mais gostoso disso é quando você não procura por reconhecimento, só pura e simplesmente faz o seu trabalho da melhor maneira possível, sem auto-promoção, e a valorização para nós (pessoas simples) é uma mera menção, é um "não esquecemos de ti porque fostes importantes".
Eu sou do tipo que não valoriza o fato de ter passado no primeiro vestibular, de ser elogiada por um professor, de ter passado no primeiro concurso do magistério estadual que fiz em primeiro lugar na área pela CRE. Não mesmo. Quem me conhece, nem sabe direito que conquistei essas coisas, falo aqui, agora, pra evidenciar o que, de fato, me deixa feliz.
Eu sou do tipo que fica mais realizada quando os amigos se formam, quando os amigos são aprovados, quando ouço um simples "como a Débora é...", seguida de um adjetivo singelo. Fico mais boba ainda quando não dizem pra mim, quando descubro por acaso que meu trabalho, minha amizade, meu esforço são valorizados.
Isso aconteceu hoje quando li uma historinha do Album do PIBID FURG, que o autor nem deve ter pensado "uó, a Débora foi importantíssima", mas só de eu, uma "estrangeira" do PIBID, que estava lá porque a professora coordenadora me tinha como bolsista e necessitava de mim para auxiliar o desenvolvimento de seu trabalho, acabava sendo mais aprendente do que auxiliadora, ser citada no registro de um trabalho tão importante, me deixa contente.
No fim, eu deveria mais é ter reprovado e ficado mais um ano na FURG para continuar no projeto! Mas não, precisava me formar e trabalhar, tenho uma filha canina pra sustentar...

Mas então, essas coisas que me fazem feliz. Ganhei a semana quando li "uma aluna para ajudar na coordenação" e "Prestando atenção a que ninguém se perca de estação, nossa colega nos acompanha e ajuda na organização do trem da partida a chegada". 
Como ganhei a semana outro dia que uma aluna disse "Bah professora, não gosto das suas aulas porque elas fazem a gente pensar".
Ou quando minha cunhada e amiga disse "Só tu mesmo pra me fazer rir".
Ou quando minha mãe não entende o que é uma pós-graduação, que eu penso "ok, vamos em frente, nenhuma conquista é unânime".

Me deixa feliz saber que eu posso ir adiante, e descubro que posso ir adiante quando vejo que, sem esforço pessoal pelo retorno evidente, o que fiz naturalmente ao longo do trajeto teve significado para outras pessoas.

Nesse sentido, a carreira de professora é enriquecedora e frustrante, porque quando não sentimos retorno dos alunos, sentimo-nos fracassados. Mas aqueles pequenos momentos, pequenos reconhecimentos, em que vemos o entendimento nos olhos dos nossos alunos, uau, é o que me faz acreditar.

Quem me conhece intimamente, sabe que atualmente ando (e muitos andam) revoltada com a atitude de indivíduos na sociedade, e sabe dessa minha falta de auto-valorização, e vai entender que o que eu quero com esse texto é mostrar que: você não precisa de um holofote para ser alguém importante, você precisa do seu esforço e dos seus amigos.



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