segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Observações sobre o Homossexualismo

Meu discurso e atuação não é nem pró nem contra a causa homossexual (ou homoafetiva, o que acho um termo complicado, porque ter AFETO por uma pessoa do mesmo sexo não implica desejo sexual, mas tudo bem, é uma expressão que deve ser defendida pelos que pertencem à causa).
Tendo essa posição "em cima do muro", já pendi vezes à declarações que rechaçam, e vezes declarações que apoiam a questão homossexual em si. Em um desses momentos, refleti que, de fato, hoje vemos muito mais gays e lésbicas nas ruas do que antes. Ponto. Esse observação servia para "endossar" algumas declarações, não exatamente "homoFÓBICAS", mas que pendiam à negação aos homossexuais.

Mantenho esta constatação porque é nítida. Mas, por outro lado, passei a refletir que muitos, mas muitos casos de homens e mulheres gays existiam no mundo, no Brasil, desde que o mundo moderno existe, que eram coibidas pelo pensamento da sociedade, desde à "vergonha" até ao fato de que se assumir gay é se assumir "mulherzinha" (outro trauma machista da sociedade moderna). E assim viviam a maioria dos homossexuais do mundo, afogados em uma cultura social que os faziam questionar a si mesmo suas sensações.
Percebi isso em um programa fútil de TV, em que o ator George Takei discutiu a questão, dizendo que viveu sua vida oprimindo sua verdadeira identidade sexual porque precisava e queria construir uma carreira e isso certamente dificultaria seus anseios profissionais. Parafraseando suas palavras, ele disse mais ou menos o seguinte: eu nunca imaginei que na virada do século a sociedade fosse se transformar de tal modo que eu pudesse assumir minha personalidade por completo e ainda assim ser aceito como profissional. 
Aí está a chave. A sociedade mudou. Pode ser "antibiológico", pode existir o argumento de que "se todo mundo fosse gay, a raça humana acabaria", o que é verdade. Mas quem disse que todo mundo vai virar gay? Estão obrigando os heterossexuais a tornarem-se gays? 

Então você me diz que "estão tornando nossas crianças gays". Bom, aí eu concordo e discordo. Acredito que a pessoa tem de se conhecer antes de tudo para conhecer o outro. O problema nesse caso é a SEXUALIZAÇÃO da infância e da adolescência. O problema não é o garotinho "afetado", o problema é a criança exposta a questões que não está preparada para lidar, e aí não é a homossexualidade, é a SEXUALIDADE. Deve existir orientação, deve existir diálogo, mas a nossa sociedade, ao mesmo tempo em que cresce, ou procura crescer, tanto em alguns aspectos, por outro lado nos deixa sem saída. Colocam a todos nós expostos a uma opção de estilo de vida, e se você não tem esse estilo, faz de qualquer coisa para ter, têm de forma similar ou limitada, ou sofre por não ter, ou, ainda, se não deseja ter, vira o esquisito do grupo, região, sociedade.

Quando eu era criança eu usava sandalia da Xuxa. Lembro que elas eram de plástico, sem salto, e permitiam, por essa anatomia, a liberdade da criança brincar e correr como criança. Hoje, as mesmas "sandalinhas da Xuxa" têm salto alto. E o salto alto o que faz? Limita as possibilidades de atuação da criança e a insere precocemente no modo de vida adulto, não em uma brincadeira de escritório, mas sexualiza a criança, incentiva a ela a ser alguém que ela ainda não é, e nem tem condições cognitivas de ser ainda. Esse é um ínfimo exemplo do problema da sexualização da sociedade. Eu poderia falar das bundas em horário nobre, mas o que é "absurdo" mesmo é o tal do selinho gay da novela das 21h.

Outro espectro é a questão religiosa. Pense na situação ocorrida: a guria escreveu em um papel "Abra a sua mente, gay também é gente", trecho de uma música dos anos 90 que todo mundo canta ou já cantou bem empolgado com os Mamonas Assassinas, como mensagem a um pastor evangélico famoso, e famoso pelas declarações fortemente homofóbicas. Aí sim "homoFÓBICAS" porque nela é forte expressões que remetem ao extermínio e ódio, e não pura e simplesmente o "não concordo".
E aí eu vejo rolarem postagens na internet de pessoas acusando a moça de "cristofobia". P*** m****! Onde, me diz, onde na frase da guria tinha alguma expressão que remetesse ao ódio a Cristo, ou mesmo que subentendesse que a menina não acreditasse em um deus?? 
A repulsa que é gerada em alguns (e sinceramente, espero que na maior parte da população) não é pela crença religiosa, é pela falta justamente de princípios éticos (e religiosos, para alguns) de respeito, compreensão e até de aceitação, e inúmeras outras posturas bíblicas que remetem ao amor ao próximo e ao entendimento do outro. O que incomoda nas declarações e postura de alguns religiosos não é simplesmente a negação do direito do outro ao seu corpo (o que já seria grave), é a negação do SER HUMANO, e as conotações ao extermínio da opinião do outro. É a necessidade de transformar o outro aos seus moldes pra conseguir enxergá-lo como igual. Ele não é igual, ninguém é igual. Podemos ser todos irmãos aos olhos de um deus, se ele exista, mas justamente na sentença direciona essa visão "aos olhos de Deus". Os seus olhos que se danem! Mesmo quem dedica a sua vida à religiosidade, deveria deixar esse dever de enxergar todos "como iguais" à sua divindade, e nós, meros humanos viventes em uma sociedade que SEMPRE FOI tão plural, cabe aceitarmos as nossas diferença de opinião e opções tomadas na vida.

Não pretendo encerrar texto, mas a pretensão é apenas verbalizar algumas reflexões desenvolvidas na passagem da vida.
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