segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cai o teto de Igreja Renascer em São Paulo.

Deus deve ter dado uma engordada.
Pois bem. Mortes não são motivos de piadas, uma fatalidade que dói para quem permanece aqui, os familiares que terão de suportar a vida sem algumas das pessoas queridas à sua volta. Mas para os que crêem em Deus, não deve ser tão dificil e choroso assim, afinal, as pessoas queridas não estão mais nesse mundo perigoso, criminoso e triste, estão agora ao lado do Todo-Poderoso, desfrutando de uma pós-vida digna, que fazem valer o dízimo pago "religiosamente" durante essa passagem Terrena.
Eu não tenho pena e nem choro por isso. Todos nós estamos sujeitos à fatalidades como essa, ou piores. Todos nós passamos por dores da perda, todos nós morremos um dia. Eu posso morrer no próximo segundo, e as pessoas que vão sentir minha falta sofrerão muito. Minha mãe pode morrer daqui a pouco, e eu vou sofrer, vou sentir muita falta, e pior, não terei nada ao que me apegar de que um dia eu torne a vê-la, a conversar com ela e a me confortar com o colo dela. Nada.
Creio que, ao menos para os meus sentimentos em relação ao assunto, mortes causadas por atitudes previsíveis e humanas são atrocidades que todos nós devemos sentir, temer e lamentar, porque não depende da podridão de um teto para que acontece conosco. Depende só de alguém com o poder de destruir, e que discorde de alguma atitude nossa.
Devo aqui ser sensata e afirmar que essas mortes não foram de causa religiosa e condenavel, como as centenas de mortes que ocorrem a cada instante na Faixa de Gaza. Quer dizer, isso é relativo. Quem sabe o pastor da igreja tivesse sido informado de algum disturbio estrutural do prédio e ter deixado a segurança dos fiéis nas "mãos de Deus". Talvez eles tirem alguma boa lição dessa fatalidade.
A morte não é um motivo para se fazer piadas. Não é de cunho humoristico este texto. Só que, provavelmente, esse acontecimento ficará no plano de notícia comum, vai ficar tudo no "que Deus os tenha", e nada é especulado sobre como as notícias são informadas às pessoas. Não é justo usarmos uma fatalidade para explanar sobre religião, mas também não é justo recebermos tais noticias com qualqueer vestígio de consolo cristão.
Sei lá, não quero ofender, atacar, nem machucar ninguém, só creio que todos nós temos o direito de pensar as coisas no ângulo e ponto de vista que nos é pertinente.

2 comentários:

Rodrigo Souza disse...

Deb, gostei muito do seu post. Muito pertinente e sensível. Essas fatalidades estão sempre sob o auspício da vontade de um ser supremo qualquer.

Acho até curioso como as pessoas acostumaram-se a "dar graças à deus" às coisas boas que lhe sucedem e conformam-se resmungando um "foi vontade de deus". Acho uma coisa tão recorrente e tão chula que preferi chamála disso de um vício de linguagem. DIVINISMO, é como eu a chamo, essa mania incômoda de religiosos a tudo atribuir uma origem divina.

Continue blogando e postando na Ateus e Agnósticos. Gosto dos seus textos.

C'ya

Poesias do Ivan disse...

Deby,gostei muito do teu blog!Sabes que sou sincero.Mas é assim mesmo...estamos sempre sujeitos a falhas e qaundo a cometemos, somos tachados daquilo que esforçamos não parecer!
Mas siga em frente!
Minhas boas vindas ao mundo dos blogueiros!
E te convido a dar uma olhadinha no meu!eehehehe!

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