sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Arrombo filosófico"



20:50h, 09/04/2009




Hoje eu olhei pra lua. O céu estava claro, lua cheia, com algumas nuvens navegando na imensidão azul-escura da nossa visão do Universo. E por incrível que pareça, percebi que nada disso é obra divina. Tudo é desconhecível demais para definirmos uma causa, e talvez não haja problema nenhum em admitir isso, e apreciar a imprevisão da vida.


Imaginei um dedão intrometido atravessando nossa atmosfera para nos manipular, e achei graça. Olhei para as pessoas na rua e constatei que elas são biológicas e, pela primeira vez na vida, não senti medo de ser biológica, e nem de um dia me tornar adubo para o solo.


Foi um momento muito especial porque, por alguns breves segundos, senti compreender o sentido da vida. Mas agora, isso já se foi, e lamento informar que não possuo mais a resposta para esta pergunta.


Não é fácil controlar nossa mente, até porque, a maioria nem tenta. Talvez porque não precise, ou porque nunca pensou nisso. A capacidade de pensar traz benefícios, mas também complexos e complexidades que tornam tudo o que é óbvio em uma incógnita, tudo o que é belo em divino, e tudo o que é simples em definições finitas.


Foi legal, porque fazia muito tempo que não tinha lapsos filosóficos tão legais, e que me liberassem tantas idéias. Que fizessem a caneta correr sobre o papel de forma tão clara. E também, me senti abolutamente viva, com a sensação de que qualquer coisa é superável, e que tudo é muito simples em sua complexidade. Não senti medo de "Deus" e nem necessidade de que um existisse.


Depois, subi no ônibus, onde estou, e voltei à minha posição de réles humana "evoluída", medrosa, e complexada.


21:10h








Eu estava na parada da FURG quando me veio esse "arrombo" filosófico. Meu celular estava descarregado, e entrei em pânico de não ter nada prático onde eu pudesse escrever o que estava pensando. Então, peguei o caderno e a caneta para registrar, algo que eu realmente não fazia a anos. Eu normalmente me sento na frente do computador e escrevo algo para o blog. Escrever numa folha de papel algo tão espontâneo, não me acontecia a muito.


Deixei de lado o "medo" de que o ônibus chegasse e eu pagasse o vale de levantar correndo, com o caderno e suas páginas voando, subisse no ônibus e tropeçasse como uma "abobada". Tudo para escrever em um papel. E incrível que o ônibus chegou, e consegui fechar o caderno com tranquilidade, fazer sinal pro ônibus e subir sem nenhum constrangimento. Mas claro, antes dele chegar, uma folha voou do caderno e eu, com os fones de ouvido, nem vi as pessoas me chamando para devolver a coisa. "Valezinho" básico. E ainda fui absolutamente sem noção ao pedir para sentar no lugar vago da janela, ao lado de uma moça que estava com a perna engessada. Mas na minha imaginação, essa cena seria bem pior.


2 comentários:

Leli disse...

Amiga, quando li o teu blog senti uma nostalgia, a qual comentávamos a pouco no msn. Me lembro dos momentos engraçados q só nós achavamos graça, e todos diziam: " essas aí são loucas".
Sinto saudade desses momentos q nunca mais virão, até porque estamos crescendo e entrando no mundo das pessoas ditas normais. Esses dias uma colega me disse: " todo mundo fala q engenheiro é louco, eu não sou louca nada, e tu?" ela me olhou com uma cara de NORMAL, séria e um pouco arrogante e eu respondi: "é não me enquadro no padrão de pessoas normais". Naquela hora me lembrei da gente se disfarçando de parede no segundo ano hahahahahaha!!
ai ai esses teus textos reflexivos me inspiraram pq eu só passei aqui pra te dizer q eu gosto muito de ti apesar de fazer muito tempo q a gente não se fala nem se vê!!
vê se qualquer dia tu vais um pouco mais cedo pra furg e eu fico até um pouco mais pra gente conversar né!!
é isso... beijos e te cuida!!

Unknown disse...

Po... impressionante como 'minha' BÔnekão GIGANTESCO escreve bem e como sua imaginação é f/f!
"(...) lapsos filosóficos tão legais, e que me liberassem tantas idéias. Que fizessem a caneta correr sobre o papel de forma tão clara." Bá, é muito confortante quando isso acontece. Quando a inspiração é forte, com as idéias (viagens ou não = viagens) fluindo ao natural, parece que a caneta desliza sozinha no papel. Raramente acontece comigo, por culpa minha ou da minha preguiça, logo, por minha culpa. hehe Quando acontece, vem aquela sensação de: "Nossa! Incrível! Acho que consegui vomitar o que queria dizer!" hehe. Quanto ao que eu disse antes, de que parece que a caneta desliza sozinha no papel, isso não me faz ficar com menos fadiga de ter escrevido, nem mesmo deixar de achar um saco o ato de escrever (principalmente se for com o César ditando algo). hehe Mas por outro lado... viva a datilografia, bem ou mal executada pelos ex-alunos do Link ou do Victal. hehe É uma pena, porque enquanto escrevi aqui não olhei pro meu problema e me enganei um pouco mascarando meu constrangimento... mais ou menos como aconteceu contigo... "Deixei de lado o "medo" de que o ônibus chegasse e eu pagasse o vale de levantar correndo, com o caderno e suas páginas voando, subisse no ônibus e tropeçasse como uma "abobada"." =/ Mundo cruel! Qual o sentido da vida?! hehe CHEGAAA!!! Minhas sinceras desculpas por esse monte de viagens pra lugar algum. Mas já que se trata de um "arrombo filosófico", achei oportuno filosofar também.

COMEMTARIOZAAAUM oO

Foi mal aí, Leli! (tri se achando) hehe =P

Muito bom o texto, Bônèkà!
Te amo... =\

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